Tecnologia embutida

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Produtividade: diretamente ligada à qualidade da semente

Semente de qualidade influi no sucesso da lavoura e contribui para altos níveis de produtividade
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Um dos fatores que seguramente tem contribuído para os sucessivos incrementos de produtividade da lavoura de arroz irrigado no Rio Grande do Sul é o uso de sementes certificadas de alta qualidade por parte dos produtores ao longo das últimas safras. No início dos anos 2000, a produtividade obtida pelos produtores gaúchos ficava na média de 5.500 quilos por hectare. Hoje, o rendimento médio do estado beira 7.500 quilos do cereal por hectare, sendo comum, em algumas lavouras, obter-se mais de 10 mil quilos por hectare, o que representa um salto gigantesco – de 2 toneladas por hectare – em cerca de 10 anos. A evolução é de 36,4%.

Além disso, o material certificado propicia melhor estabelecimento inicial de lavoura, aumenta a eficiência de uso de fertilizantes e corretivos e reduz os prejuízos causados pela competição com plantas daninhas por favorecer a adequada população de plantas de arroz e por evitar a dispersão de sementes de invasoras. Para Felipe Ferreira, pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), este crescimento na performance das lavouras gaúchas se deve à melhoria das práticas de manejo, ao potencial genético das cultivares e também ao uso de sementes de qualidade. “O nível superior da semente utilizada acompanha esse avanço tecnológico da lavoura. Se ela não tiver qualidade, não expressará o potencial genético da cultivar. Neste contexto, o material certificado é um insumo de alto valor agregado por levar consigo as tecnologias que hoje estão inseridas na semente e também fornecer ao produtor um material de adequada pureza genética, pureza física e qualidade fisiológica”, observa.

Até chegar às mãos do produtor de arroz, que é o usuário final deste material, a semente certificada passa por um rigoroso processo em suas etapas de produção para atender padrões mínimos de qualidade. “O processo de produção exige, além de um amplo e rigoroso sistema de controle interno por parte das empresas produtoras, o cumprimento de leis e normas estabelecidas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as quais determinam padrões mínimos exigidos e procedimentos para o controle do processo produtivo. Este rigor no que diz respeito à certificação tem refletido positivamente na qualidade do produto comercializado para a formação das lavouras”, afirma Ferreira.

ZERO
O pesquisador explica que para se certificar um lote de sementes, a amostra analisada em laboratório deve estar isenta da presença de arroz vermelho ou arroz preto, principais plantas invasoras das lavouras comerciais. “No passado se permitia um grão de arroz vermelho na amostra de 700 gramas representativa de um lote de sementes analisada no laboratório. Atualmente a tolerância é zero. Também há mais rigor quanto à presença de outras espécies nocivas nas amostras, o que para o material genético certificado também é limitada a zero. São ganhos que vêm ocorrendo ao longo dos anos, mas que para o sementeiro tornou-se um desafio maior produzir material apto para certificação. Por esta razão o produto certificado é o nosso parâmetro de qualidade”, avalia o pesquisador do Irga.

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