Tem que revisar isso daí
No comando do Mercosul,
Brasil quer rever pontos e
aproximar-se de Europa e Ásia
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É de olho no aumento da competitividade interna que o Brasil assumiu em julho a presidência do Mercado Comum do Sul (Mercosul) por seis meses e pretende acelerar a aproximação da União Europeia e da Parceria Transpacífico (TP11), que reúne 11 países das Américas, da Ásia e da Oceania e vislumbra um tratado bilateral com os Estados Unidos. A expectativa da cadeia produtiva é de que o arroz esteja na pauta de negociações do Mercosul, do aumento das cotas livres de taxas com a evolução do acordo com a União Europeia e, de forma estratégica, também nas tratativas de um tratado de livre comércio com os países do Pacífico. Com os Estados Unidos, o assunto é mais complexo, pois pode representar um aumento de 7 a 9 milhões de toneladas de arroz no quadro de oferta do mercado.
No Mercosul, é meta a criação de medidas que equalizem as diferenças competitivas entre os países, uma vez que os grãos da Argentina, do Uruguai e, principalmente, do Paraguai entram por preços muito inferiores no mercado brasileiro graças às menores alíquotas de impostos e preços dos insumos. Por isso, o Brasil importa de 800 mil a 1 milhão de toneladas por ano destas origens.
Por sua vez, com a União Europeia, os arrozeiros esperam que o governo negocie o aumento da cota de produto sem taxas, de 60 mil para 150 mil toneladas. Também pedem que o volume chegue a 400 mil toneladas considerando o volume com tarifa especial (menor). Com relação ao TP11, que reúne grandes exportadores como Vietnã, Japão e Austrália, mas também mercados atrativos como Chile, México, Peru, Malásia e Cingapura, o objetivo é criar mecanismos que favoreçam as vendas, mas não permitam a entrada de grão subsidiado, barato e de baixa qualidade no Brasil.
As demandas têm sido tratadas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic) com bom nível de respaldo, o que traz esperanças ao setor. São passos cruciais para dar sustentação às exportações nacionais, o que refletirá também nos preços do arroz brasileiro.
Macri e Bolsonaro: Mercosul quer ampliar horizontes / José Cruz/Agência Brasil