Temporais causam paralisação do plantio de verão no RS

Segundo a Emater/RS várias lavouras terão de ser ressemeadas com vistas na diminuição dos prejuízos.

O arroz foi uma das culturas mais afetadas pelo excesso de chuvas no Rio Grande do Sul. Em função do clima, muitas áreas foram inundadas pelo transbordamento de arroios e rios. Como conseqüência o plantio desta, entre outras culturas, se encontra paralisado, no RS. A análise é resultado do Informativo Conjuntural da Emater/RS- Ascar.

A análise – que leva em conta o percentual de áreas agrícolas semeadas em cada cultura – aponta que, no caso do arroz, o avanço do plantio representa apenas um ponto percentual. Ou seja, várias lavouras terão de ser ressemeadas com vistas na diminuição dos prejuízos.

Nessa semana, no RS, a evolução do plantio foi inexpressiva, avançando apenas 1% em função do clima, chegando aos 91%, mantendo atraso de 3% em relação à média histórica. Uma preocupação dos técnicos é com a proximidade do final do período preferencial para alguns cultivos, além de uma possível falta de sementes de variedades mais adaptadas para a época de final do período de semeadura.

No que se refere ao soja, o percentual de área semeada é muito baixo se comparado com a mesma época de anos anteriores. De acordo com o estudo, as primeiras áreas semeadas apresentam boa germinação e desenvolvimento inicial satisfatório, apesar da pouca luminosidade. Muitas lavouras sofreram severas enxurradas, causando perdas de sementes e fertilizantes. Nestas áreas, deverá haver problemas de germinação devido ao encharcamento e/ou alagamento, sendo que algumas áreas exigirão o replantio.

Na Zona Sul do Rio Grande do Sul, onde se situa o município de Canguçu, com a maior área plantada de feijão, aproximadamente 6 mil hectares, o desenvolvimento vegetativo da lavoura é lento e essa situação está possibilitando o avanço de doenças em razão das altas umidades e temperaturas. O plantio, tanto na Zona Sul como na Serra, que tradicionalmente é mais lento, está atrasado em decorrência das chuvas, faltando cerca de 15% da área estimada nessas duas regiões.

Em várias lavouras de milho a queda de plantas, causada pelos fortes ventos, além da ocorrência de granizo em alguns pontos isolados, são alguns dos fatores que trazem prejuízo ao setor agrícola. Devido ao quadro desfavorável, o plantio pouco evoluiu, aumentando apenas para 74% da área projetada para esta safra, contra os 73% registrados semana passada. Com a manutenção das altas temperaturas o maior aumento foi verificado no percentual de lavouras em fase de floração que, pela boa condição de umidade, apresentam muito bom aspecto e potencial produtivo dentro do esperado.

Além disso, também segue lenta a retirada da safra do trigo das lavouras. Como média geral, a colheita chega a apenas 69%, contra uma média histórica de 92%. A alta umidade, principalmente na última semana, além de dificultar a colheita, pode reduzir a qualidade do grão que, até o momento, apresentava boas perspectivas de rendimento. Aproximadamente 31% da área cultivada se aproxima da fase final de maturação e a manutenção desse quadro de umidade elevada tende a prejudicar a qualidade do grão, desqualificando o produto.

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