Tendência de baixa dos preços mundiais do arroz

As disponibilidades exportáveis são grandes e a demanda global é escassa, já que os compradores antecipam novas quedas de preços.

Os preços mundiais do arroz seguem em tendência baixista. As disponibilidades exportáveis são grandes e a demanda global é escassa, já que os compradores antecipam novas quedas de preços. Há, todavia, uma incerteza sobre o pronto retorno da Índia ao mercado de exportação. A magnitude desta volta pode, ou não, provocar uma queda dos preços internacionais.

Por enquanto, as autoridades indianas se mostram tranquilas, declarando que não haverá vendas massivas, nem preços excessivamente baixos. Na Tailândia, os preços baixaram apenas 2% devido à decisão do governo de adiar a venda de parte dos estoques públicos. As disponibilidades exportáveis, contudo, são altas. O mercado externo se mantém pouco ativo e a competição asiática (vietnamita e paquistanesa) é agressiva.

A Tailândia pode perder algum espaço nos grandes mercados de importação da Ásia e África Ocidental. Em maio, o Tai 100%B registrou US$ 538/t Fob contra US$ 548/t em abril. No início de junho este marcava US$ 535/t.

No Vietnã, os preços de exportação do arroz de baixa qualidade (25% de quebrados) aumentaram devido à forte demanda asiática e às limitações à exportação impostas pelas autoridades vietnamitas. Os arrozes de alta qualidade, por outro lado, baixaram 3% em um mês. Os contratos de exportação alcançaram 3,8 milhões de toneladas de arroz de arroz branco nos primeiros cinco meses do ano.

As perspectivas de exportação em 2009 se estabelecem, apesar das restrições, em 5,2 milhões de toneladas de arroz de arroz branco, contra 4,7 milhões de toneladas de arroz de arroz branco em 2008. Em maio, o Viet 5% marcou US$ 445/t contra US$ 459/t em abril. O Viet 25% subiu US$ 31 para US$ 395/t contra US$ 364 em abril.

No Paquistão, os preços baixaram apenas 1% em um mês. Apesar das disponibilidades abundantes e dos escassos contratos de exportação, as autoridades paquistanesas anunciaram que não haverá compras ou intervenções públicas no mercado interno. Em maio, o Pak 25% registrou US$ 358/t contra US$ 361/t em abril.

Na Índia, as autoridades nacionais parecem não querer, por ora, suspender a proibição de exportar – uma medida imposta desde o final de 2007 para regular os preços internos e reconstruir as reservas de seguranças. Sem dúvida, para tranquilizar os mercados, os exportadores indianos têm indicado que em todos os casos o arroz não será barato e que é de se esperar os primeiros contratos a preços bem mais elevados.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação caíram 2% em maio. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros para julho e setembro se encontram orientados a baixa, em função de uma oferta abundante, ainda que a demanda, seja interna ou externa, tenda a relaxar. Em maio, o arroz Long Grain 2/4 caiu US$ 10 a US$ 544/t, contra US$ 554/t em abril.

No Mercosul, no mercado interno brasileiro, os preços se mantêm em queda devido à entrada da nova colheita. A revalorização do Real frente ao Dólar limita as exportações brasileiras.

Na África, as importações devem cair 3% a 9,3 milhões de toneladas de arroz de arroz branco em 2009, devido ao aumento da produção em 2008. Os estoques nacionais parecem ser satisfatórios. Mesmo assim, o balanço arrozeiro continua altamente deficitário, com as importações respondendo por quase 40% do consumo africano de arroz.

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