Terra de gigantes
10 indústrias arrecadam mais de 42% da CDO no Rio Grande do Sul
Apenas 10 indústrias de arroz, em 19 unidades, representam mais de 42% da taxa de Cooperação para o Desenvolvimento da Orizicultura do Rio Grande do Sul (CDO), que atualmente está em R$ 0,70 por saca. A conclusão é do Ranking de Recolhimento da CDO, publicado pela Diretoria Comercial e Industrial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) no final de janeiro, ainda referente a 2019. “Estamos trabalhando para até o final de maio publicar a de 2020 com os dados apurados e corrigidos. Excepcionalmente, por causa da ausência dos nossos fiscais, dois aposentados e dois afastados por questões de saúde, estamos publicando o ranking de acordo com os dados da Fazenda Estadual”, explica o diretor João Batista Camargo Gomes.
Uma lista prévia chegou a ser divulgada no início de janeiro, mas foi revisada. Na mais recente versão do ranking, de 60 empresas, o Instituto concluiu – com base nos dados estaduais – que em 2019 este conjunto de indústrias representava 86,07% do volume de arrecadação da taxa. São 78 unidades. Isso quer dizer que as outras 155 empresas cadastradas pela Fazenda Estadual são responsáveis por apenas 13,93% do arroz beneficiado ou negociado no Rio Grande do Sul. Das 233 indústrias com cadastro ativo, cerca de 10 não registraram movimentação em 2019, mas a pesquisa permitiu descobrir que há mais empresas transacionando o grão do que o estimado em termos de beneficiamento um ano antes.
Em 2018 foram identificadas 178. A diferença de 55 empresas se explicaria pelo ingresso de tradings e comércios varejistas na negociação de arroz em casca e que passaram recolher o imposto e também pela mudança de critérios. “Os fiscais faziam o levantamento exclusivamente em cima daquilo que foi beneficiado, estes números da Fazenda Estadual estão baseados na arrecadação em torno da comercialização do arroz. Sem os mesmos critérios, a variação é natural”, observa o diretor comercial do Irga.
Até 2018, o ranqueamento das empresas se dava com base no beneficiamento, no entanto como algumas empresas pagam CDO sobre a comercialização de arroz em casca, incluindo aí algumas exportações, o comparativo é impossível. “Esperamos retomar o método anterior nos próximos levantamentos, com a reestruturação da equipe de fiscais”, acrescenta Camargo Gomes.