Torres recupera produção de arroz após safra prejudicada pelas chuvas

Segundo o técnico agrícola do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Vicente de Oliveira, a produtividade da lavoura está 7% superior ao previsto e Torres colhe 7,2 mil quilos por hectare.

No município, palestra abordará mercado interno e externo
A safra passada foi extremamente negativa para os arrozeiros de Torres, no Litoral Norte gaúcho. Em 2006/2007, o excesso de chuvas no início de março comprometeu a produção em 70% e os produtores enfrentaram problemas junto aos agentes bancários. Com uma área plantada de 3,02 mil hectares, a produção arrozeira representa uma forma de renda para, pelo menos, 110 agricultores. Mas, nesta safra, o cenário é diferente.

Segundo o técnico agrícola do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Vicente de Oliveira, a produtividade da lavoura está 7% superior ao previsto e Torres colhe 7,2 mil quilos por hectare.

– As lavouras estão com bom desenvolvimento e a expectativa é de que o processo de colheita seja finalizado até o final de semana – afirma o técnico.

Motivos para o otimismo não faltam. A cotação do arroz na região está acima de R$ 25,00 o que contribui para a recuperação da renda perdida no ano passado.

O final da colheita de arroz no Litoral Norte representa o início de um novo ciclo. Os arrozeiros adquirem marrecos ainda pequenos em Santa Catarina e distribuem nas lavouras para combater infestações de arroz vermelho. Em quantidade que chega a 50 mil em determinadas safras, os marrecos viraram uma alternativa de renda aos produtores da região.

Oliveira explica que a utilização dos marrecos reduz o uso de herbicidas.

– As aves aumentam a fertilidade do solo e a produtividade do arroz, além de adicionar a produção de proteína de alta qualidade e a diminuição dos custos da lavoura – afirma o técnico.

Em Torres houve redução de 60% no uso de óleo diesel das máquinas para preparo do solo.

O técnico destaca que no mês de abril, quando é feita a colheita, alguns grãos caem no solo, como sementes de arroz vermelho. Elas acabam germinando e infestando a lavoura para a próxima safra. Com o uso dos marrecos, ocorre um equilíbrio ecológico.

As aves consomem todas as “pragas” que restaram na lavoura, facilitando o plantio e tornando a área mais rentável. Esta tecnologia é utilizada há mais de quatro mil anos em plantações de arroz da China, para o controle de invasoras e redução do tempo nos trabalhos de preparo do solo.

Mercado do arroz

O assessor de mercado do Irga, Camilo Oliveira, fará uma palestra nesta quinta-feira (09), no salão da Pirataba, em Torres, a partir das 20 horas. Em pauta, o mercado nacional e internacional do arroz. Cerca de cem produtores deverão participar do evento.

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