Transgênico dos pampas

 Transgênico dos pampas

Irga, Unisinos e UFRGS dão início a projeto para dominar a biotecnologia
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Uma parceria entre o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga), a Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos) e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) está dando origem a um programa de desenvolvimento de cultivares de arroz geneticamente modificadas no Rio Grande do Sul. Nesta primeira etapa, o programa resume-se ao domínio e o conhecimento da tecnologia disponível e o desenvolvimento de metodologia própria para dar continuidade ao projeto. 

No momento, a preocupação é assegurar meios e conhecimento para que no futuro o Irga possa desenvolver cultivares transgênicas, de acordo com a demanda e a legislação vigente, dominando a tecnologia e com a garantia de que todo o processo possa ser executado com o conhecimento e as técnicas geradas no Rio Grande do Sul. 

Metodologia – O gerente da Divisão de Pesquisas do Irga, Maurício Fischer, explicou que nas três instituições existem técnicos capacitados para o desenvolvimento de atividades nas diversas áreas inerentes ao processo de produção de cultivares geneticamente modificadas. “Todavia, ainda é preciso criar uma metodologia própria de trabalho, buscar qualificação e dotar os laboratórios da estrutura necessária para assegurar a execução das futuras fases desse trabalho”, acrescentou. 

Segundo a pesquisadora da Unisinos Lídia Mariana Fiúza, a meta é o desenvolvimento de uma cultivar resistente ao ataque de insetos. O foco principal é a bicheira-da-raiz (larva do Oryzophagus oryzae), a praga mais importante da lavoura arrozeira na atualidade. A planta resistente, em princípio, deverá receber um gene do Bacillus thuringiensis (Bt). Hoje, o Irga não dispõe de cultivares transgênicas, apenas integra o grupo de trabalho com proposta neste sentido.

 

Urtiga neles

A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) desenvolve pesquisa para criar um arroz geneticamente modificado para tolerar ataques de pragas e condições adversas de clima e solo. Os principais trabalhos, revela a pesquisadora Márcia Margis, têm como objetivo produzir plantas transgênicas que expressam proteínas com atividades contra fungos patogênicos e a identificação dos padrões de expressão dos genes envolvidos com metabolismo antioxidante, que estão sendo avaliados com relação ao estresse salino do solo. 

A equipe da UFRJ iniciou as pesquisas nos anos 90. Atualmente, Márcia Margis coordena uma equipe que, por meio da introdução de um gene da urtiga em plantas de arroz, trabalha para obter linhagens com resistência a insetos. Esse trabalho é realizado em colaboração com a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas (RS), onde as plantas estão sendo testadas para a resistência contra o gorgulho-aquático (Oryzophagus oryzae). Também foram obtidas plantas de arroz transformadas com um gene que codifica uma catalase, enzima-chave do metabolismo antioxidante, que pode conferir tolerância a excessos de luz, calor e sal.

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