Tratoraço pede valorização da produção primária

Mobilização de produtores busca chamar atenção para a necessidade de valorização dos produtos agrícolas, principalmente o arroz.

Produtores rurais e líderes dos municípios de Candelária, Novo Cabrais, Cerro Branco, Cachoeira do Sul e Santa Cruz do Sul realizaram ontem, entre as 13 e 16 horas, uma manifestação em repúdio à atual política agrícola do País, com prejuízos ao setor orizícola do Estado. Cerca de 300 tratores e outras máquinas agrícolas foram estacionados no trevo de acesso à cidade de Novo Cabrais e ao longo da RST–287. A Polícia Rodoviária Estadual interrompeu o tráfego de veículos pelas pistas centrais, com o desvio pelas laterais.

Os dirigentes de entidades do setor e líderes políticos dos municípios fizeram manifestações em um palanque improvisado em cima de um caminhão. Todos criticaram o baixo valor pago pelo arroz, os prejuízos com a importação do produto da Argentina e do Uruguai e exigiram uma posição mais efetiva do governo na busca de soluções.

Ao final, os participantes bloquearam a rodovia durante 15 minutos e distribuíram cerca de 500 quilos do cereal e folhetos com dados sobre as dificuldades de produção. Os coordenadores da mobilização ainda assinaram a bandeira da Caravana do Arroz Irrigado Nacional, símbolo que percorre as manifestações organizadas pelo Estado.

O presidente do Sindicato Rural de Candelária e vice-presidente da Farsul, Mauro Flores, disse que o ato foi uma forma de apoio aos dirigentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Fedearroz), que ontem tiveram audiências com representantes do governo federal, em Brasília, para solicitar soluções ao problema do setor.

Flores destacou que o arroz atualmente é comercializado de R$ 16,00 a R$ 18,00 o saco, enquanto o custo é de R$ 30,00. Destaca que um dos maiores problemas é o produto da Argentina e do Uruguai que entra no Estado com valor abaixo do mercado local.

Flores disse que o produtor “está com a água no pescoço”, pois as dívidas com os financiamentos começam a vencer a partir de julho. Uma das reivindicações é a liberação de recursos à Aquisição do Governo Federal (AGF) para a compra de 1,2 milhão de toneladas de arroz excedente. Mas o presidente do Sindicato Rural de Candelária ressalta que o produtor deve receber preço compatível, entre R$ 28,00 e R$ 30,00 pelo saco.

– O produtor está sofrendo muito com a situação, pois o governo pede para produzir bastante e agora é penalizado com os baixos preços – disse o dirigente.

SITUAÇÃO

Aumento do custo em dois anos

Diesel: +152%
Adubo: +281%
Uréia: +296%
Trator 75 HP: +182%

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