Um Brasil de muitas realidades

 Um Brasil de muitas realidades

Características e sistemas diferentes de cultivo para cada região brasileira

 O Brasil reúne sistemas de produção de arroz diversos quando se exclui a Região Sul, que concentra perto de 80% da colheita nacional. O Tocantins produziu na safra 2015 um volume de 621.216 toneladas de arroz em casca em uma área colhida de 119.826 hectares. O rendimento médio foi de 5.184 quilos por hectare, valores estes maiores, respectivamente, 21,6%, 10,2% e 10,3% quando comparados aos da safra anterior.

Dos 20 maiores municípios produtores nacionais do grão, dois são de Tocantins – Lagoa da Confusão e Formoso do Araguaia –, com uma participação no total da produção nacional de respectivamente 2,1% e 1,2%. Estes dois municípios são usuários de sistema de produção irrigado com tecnologia importada do Sul do Brasil e ganham suporte da formação de um importante polo industrial na região para atender mercados como Goiás, Bahia, Minas Gerais e outros centros consumidores de grande potencial. É, certamente, o polo produtivo que mais se afirma na orizicultura brasileira nesta década.

MATO GROSSO

Em 2015 a produção do Mato Grosso alcançou 607.759 toneladas de arroz em casca em uma área colhida de 187.757 hectares e com um rendimento médio de 3.237 quilos por hectare, valores estes maiores, respectivamente, 4,5%, 3,9% e 0,6% quando comparados aos da safra anterior.

O arroz, por ser mais tolerante à acidez do solo comparativamente à soja, é utilizado na recuperação de áreas degradadas ou como planta pioneira para abertura de áreas, motivos esses que fizeram o estado de Mato Grosso expandir a área de arroz. Outro benefício do arroz enquanto pioneiro é deixar para a cultura da soja um solo mais corrigido – e este fato reduz os custos de implantação da leguminosa.

Ainda assim o Mato Grosso, que já foi o segundo maior produtor do Brasil na década passada, vem enfrentando uma adequação à nova realidade. Sem o impulso da abertura de áreas, o arroz se torna importante para a recuperação de pastagens degradadas, mas perde em liquidez na concorrência com a soja e o sistema soja-milho adotado no estado em larga escala. A produção está em queda, acompanhando a diminuição da área – e um menor interesse dos produtores.

PROMESSA

Em 2015 o Maranhão, maior produtor da Região Nordeste, colheu 314.486 toneladas em uma área de 239.004 hectares obtendo um rendimento médio de 1.316 quilos por hectare, valores estes menores, respectivamente, 46,4%, 38,6% e 12,7% quando comparados aos da safra anterior. No estado predomina o plantio de arroz de sequeiro, que é cultivado em sua maioria por pequenos produtores para subsistência, razão pela qual são obtidos baixos rendimentos médios.

É um polo que registra crescimento do uso de tecnologia no Brasil graças ao impulso de variedades mais adaptadas e difusão de tecnologias da Embrapa e entidades locais. Ainda assim, boa parte dos produtores utiliza sistemas bastante rústicos de agricultura de subsistência e depende de sementes distribuídas pelo Estado, que nem sempre chegam a tempo de aproveitar a melhor época de plantio. Roças de toco e de vazantes, bastante arcaicas, são utilizadas pelos agricultores em áreas menos tecnificadas.


FIQUE DE OLHO

O Pará é o sexto maior produtor de arroz do Brasil, e já foi o quarto. Em 2015 ele obteve uma produção de 168.368 toneladas em uma área colhida de 66.255 hectares, valores estes menores, respectivamente, 12,3% e 17,2% quando comparados aos da safra anterior. O rendimento médio obtido foi de 2.541 quilos por hectare, ficando maior em 5,9%. No estado predomina o cultivo do arroz de sequeiro, plantado em áreas de terra firme, havendo também o plantio do arroz de várzea em áreas menores feito por pequenos produtores ribeirinhos. As cultivares de terras altas desenvolvidas para o Mato Grosso por Embrapa e AgroNorte são as principais referências tecnológicas neste estado, bem como o cultivo em áreas de recuperação de pastagens degradadas.

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