Uma questão básica

“O que os arrozeiros brasileiros querem e merecem é respeito”
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A lavoura de arroz do Brasil vive um momento de muita expectativa e poucas boas notícias. As demandas são enormes quando é preciso resolver questões fora da porteira. Do lado de dentro ainda existem problemas, mas com eles o arrozeiro nacional está aprendendo a ser mais competitivo, aplica tecnologia e busca produtividade e qualidade no produto final. 

Desde meados de 2004, porém, o arrozeiro divide-se entre a administração da lavoura e as manifestações para que o Governo Federal ajude a resolver os obstáculos do lado de fora da porteira. O mercado nacional vive aguda crise. E ninguém sabe melhor que os produtores as dificuldades que lhes são impostas. Por isso, é seu direito mostrar a inconformidade e buscar a solução dos problemas que afligem a categoria, a economia nacional e o principal alimento dos brasileiros. A entrada de arroz do Mercosul é parte do problema e torna-se alvo dos protestos porque os produtores organizados só podem lutar com as armas que têm. 

O problema está nos homens que construíram regras sem terem o mínimo conhecimento da real carga que o agronegócio brasileiro carrega em suas costas: um país inteiro. E a ganância dos cofres públicos, que só se abrem para receber os pesados impostos que retiram competitividade do setor diante de seus concorrentes. Num país em que o presidente da República teve seu batismo político nos piquetes e greves em portas de fábricas, quem seria capaz de censurar ou desrespeitar o direito à manifestação dos arrozeiros? 

A orizicultura não quer o fim do Mercosul e reafirmou repetidas vezes esta posição. Quer o fim das assimetrias, nem todas geradas além da fronteira, com origem numa pesadíssima carga tributária nacional, que impõe custos absurdos de produção. O que os arrozeiros querem não é só prazo para pagar as contas e mecanismos que lhes permitam vender o arroz acima do valor que pagaram para produzir. O que os arrozeiros brasileiros querem e merecem é respeito. O respeito que lhes é devido pelo Brasil e por seus governantes.

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