União adia dívida de custeio do RS

Acordo com Ministério da Fazenda garantiu prorrogação, que ainda depende de aprovação no CMN.

O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, anunciou ontem que foi fechado acordo com a área econômica do governo para adiar o vencimento das parcelas das dívidas de custeio da safra 2004/2005. Dessa forma, os agricultores, especialmente orizicultores no Rio Grande do Sul, quitarão suas dívidas em março e abril de 2006 referentes ao vencimento de julho e agosto. Porém, segundo Rodrigues, o Conselho Monetário Nacional (CMN) deve fazer reunião extraordinária para ratificar a decisão ainda esta semana.

Para o setor produtivo, no entanto, o anúncio, embora ajude, chegou muito tarde. Na avaliação do presidente da Federarroz, Valter José Pötter, a decisão poderia ter saído antes da data de vencimento da primeira parcela em 20 de julho. ‘Metade dos 8 mil produtores do Estado deve ter pago a parcela, o que tirou 175 mil toneladas do produto do mercado numa época de preço abaixo de R$ 18,00 a saca’, protestou.

Segundo Pötter, o custo total da primeira parcela é de aproximadamente R$ 115 milhões. Para o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, o anúncio é um sinal de que o processo ‘está andando’. Evidenciou, na seqüência, a importância de reunião confirmada para o dia 17, em Montevidéu (Uruguai), entre produtores, indústria e representantes do Grupo Farm do Brasil, Argentina e Uruguai. ‘Vamos tratar de volume de importação, terceiros mercados e disciplinar o volume a ser plantado’.

O presidente do Irga, Pery Coelho, acredita que o alongamento das parcelas ajudará na recuperação da estabilidade do mercado. ‘Vai permitir que o setor possa se organizar’, citou.

Com a medida, serão beneficiados produtores de arroz, soja, algodão, milho, trigo e sorgo do Sul do Maranhão, Tocantins, Piauí, Triângulo Mineiro, Bahia, Centro-Oeste e região Sul.

Hoje, a Conab promove leilões para oferta de opções do arroz do RS e de SC em um total de 3.704 contratos. Para Pötter, a prorrogação favorece preço. ‘O ágio deve diminuir’, espera.

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