União Europeia importa mais arroz do Uruguai

Foram semeados 135 mil hectares que devem somar mais de 8,2 mil hectares de produtividade.

A pandemia do COVID-19 intensificou o fluxo de negócios de arroz uruguaio com a União Europeia (UE) e ativou o interesse de outros mercados de alto potencial, vitais para o complexo arrozeiro. O Uruguai não planta arroz transgênico e isso permite exportar para o velho continente.

“A União Européia está comprando mais do que no ano passado. Fizemos negócios com o Panamá que já estão começando a embarcar produto dessa nova colheita e o Oriente Médio está demonstrando maior interesse", disse ao El País, Alfredo Lago, presidente da Associação de Produtores de Arroz (ACA). Somado a tudo isso, estão os negócios com o Peru, onde as usinas colocam a variedade Tacuarí.

“Todos os problemas de saúde fazem com que os países da União Europeia recorram a locais seguros e com logística. Hoje, estamos tendo uma vantagem sobre outras partes do mundo, como a Ásia ”, explicou Lago.

Devido às tarifas, a UE transporta arroz integral e, dentro dessas variedades, é fortemente parboilizado. Para produzi-lo, o arroz em casca é embebido a 60 ° e depois sob forte pressão de vapor, removendo parte do amido, mas retendo vitaminas e sais minerais que no arroz tradicional são perdidos durante o processo de polimento.

De acordo com a visão do presidente da ACA, "embora nesta época do ano não tenhamos muito progresso nas vendas, desta vez há um bom fluxo de conversas e uma melhoria no preço está sendo refletida".

No mundo, o Vietnã, que é um dos grandes produtores, bloqueou a exportação do cereal para garantir alimentos, o que tirou volumes do mercado.

Preço

Por outro lado, a Associação de Cultivadores de Arroz continua negociando com as quatro indústrias (Saman, Agroindustrial Casarone SA, Coopar SA e Glencore SA) o preço final do arroz da safra 2018/19. Até agora, existe um preço provisório fixado em US$ 9,03 para cada saco de 50 kg (saudável, seco e limpo) colocado no recibo.telefoForam realizadas duas reuniões com a indústria. Antes da atual emergência sanitária no Uruguai, as duas partes se reuniram e, em seguida, foi realizada outra reunião virtual. Nesta semana, uma nova teleconferência será ealizada.

"Não conseguimos avançar nada na negociação", disse Lago. Até agora, os produtores sabem quanto a indústria oferece para cada saco de 50 kg de arroz em casca, saudável, seco e limpo. Além disso, os fabricantes de cereais conhecem as reivindicações dos produtores.

O chefe da ACA explicou que entre as duas partes "existem algumas diferenças importantes em relação à quantidade que os produtores buscam e o que as usinas estão oferecendo" e estava otimista de que elas poderiam ser resolvidas.

"Em outros momentos, conseguimos reduzir essa diferença e conseguimos chegar a um consenso, mas mais do que tudo hoje, essa dinâmica de comunicação entre as partes não tem sido prática. Se não estivéssemos na emergência, já havíamos definido a negociação com o setor ", afirmou Lago.

Colheita

No nível da colheita, embora em algumas áreas tenha sido interrompido pelas chuvas, 60% da área plantada foi levantada, o que não excedeu 135.000 hectares. “É um avanço muito bom para a altura do ano em que estamos. Isso nos faz prever que, no final de abril, se o tempo estiver bom, terminaremos de retirar o arroz das fazendas ", afirmou Lago.

Os rendimentos são promissores, mas parte do arroz plantado tardiamente e as fazendas que sofreram o frio durante fevereiro estão começando a aumentar, o que afetou os rendimentos.

"Os rendimentos que estamos vendo nos garantem que as estimativas que fizemos de 8.400 quilos por hectare (média) foram boas. Hoje estamos acima desse volume ", afirmou o presidente da união dos produtores de arroz.