Unitins aponta avanços no desenvolvimento de novas cultivares na 2ª Mostra de Arroz Irrigado

O avanço em pesquisas já apresenta como resultado três espécies diferentes de arroz próprias para o plantio no Estado, sendo o BRS Catiana, BRS Tropical e BRS Pampera.

A 2ª Mostra de Arroz Irrigado aponta resultados de pesquisas realizadas para o avanço da produção de arroz no Tocantins. O evento começou em Palmas na terça-feira, 22, no auditório da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), e continua nesta quarta em Lagoa da Confusão e na quinta-feira em Formoso do Araguaia.

Conforme os dados apresentados, o desafio é que o Estado se consolide como principal produtor de arroz, o que para o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade Estadual do Tocantins (Unitins), Eduardo Ribeiro, tem nas parcerias público-privadas para a pesquisa caminho rumo a essa consolidação.

Eduardo Ribeiro afirma que os resultados são promissores após análise de mais de 500 linhagens de arroz. “Dentro desse universo encontramos resultados de sementes próprias para o nosso estado” e “com a parceria fundamental da Embrapa temos a perspectiva de que muito em breve uma nova variedade esteja disponível para produção tocantinense, o que tem sido uma demanda constante dos tocantinenses que tem utilizado até hoje tecnologias desenvolvidas em outras regiões”, afirma.

Para Ribeiro, a apresentação de uma nova cultivar adaptada para esta região faz com que a Unitins continue a protagonizar esses estudos. “O trabalho de pesquisa para o melhoramento de arroz e a busca por novas variedades não devem parar nunca, pois as variedades que estão no mercado dentro de alguns anos podem apresentar problemas, e por isso é necessário que as pesquisas sejam constantes”, diz ao explicar que as pesquisas buscam como resultado as sementes mais promissoras de modo que sempre haja opções para o produtor.

Avanço

Segundo o pesquisador da Embrapa Daniel Fragoso, “os resultados dos trabalhos são apresentados a gestores parceiros e depois aos beneficiários diretos da pesquisa, que são os produtores de arroz de Lagoa da Confusão e de Formoso do Araguaia. Todos foram convidados para conferir os resultados da pesquisa e saber o que já podem adotar na safra 2017/2018”, ratifica acerca da importância de que o resultado da pesquisa seja aplicado pelos produtores.

Segundo Fragoso, já se tem portfólio de quatro cultivares para utilizar nesta safra, destacando-se o BRS Catiana, lançado na Agrotins 2016 e que tem alto potencial produtivo, sendo tolerante a doenças em especial a Brusone, além de reduzir em 70% o uso de fungicidas. “A gente avança quanto à certificação de sementes e hoje já trabalhamos com o fornecimento delas para comercializar tanto no Estado quanto fora. O produtor interessado em utilizar cultivares próprias para o Tocantins pode obter mais informações sobre onde encontrar as sementes ligando no SAC [Serviço de Atendimento ao Consumidor] da Embrapa”, informa.

Ainda de acordo com o pesquisador, na ultima safra 2016/2017, mais de 20 atividades de pesquisa focaram não só o melhoramento, mas também toda a parte de manejo de água, fertilidade, sanitário, controle de doença e pós-colheita. Todos os fatores de produção são pensando também no manejo sustentável.

Para Ronison Parente, subsecretário da Secretaria de Estado da Agricultura e Pecuária do Tocantins (Seagro), o papel do arroz irrigado na economia do Estado é importante tento em vista o ambiente propício que a cultivar tem para se desenvolver. Além disso, ele destaca que com a implantação do projeto Rio Formoso, a dinâmica tornou-se muito maior e o Estado hoje é referência nacional e mundial no cultivo do arroz irrigado. “As instituições que lidam com pesquisa se voltaram para potencializar essa produção e hoje vemos que se criou condição de levar ao produtor essas tecnologias. A pesquisa tem permitido os avanços, nesse caso especial na cultura do arroz, e a Seagro vem propondo parcerias para estreitar as relações com a Universidade a fim de potencializar ainda mais a produção de arroz no Tocantins”, disse o subsecretário.

Ronison lembra que trabalhar com sementes que não foram produzidas para a região do Tocantins trazem uma série de dificuldades. “A partir do momento que você trabalha com sementes específicas para a nossa região, o resultado disso na produtividade é outro. É por isso que temos tido produtividade cada vez mais crescentes”.

O subsecretário ressalta ainda que, considerando os resultados das pesquisas, em conversa com o diretor de pesquisa agropecuária da Unitins, Expedito Cardoso, “vemos que há uma sinergia entre a instituição e os produtores, especialmente na região sudeste do estado, para que haja um aproveitamento imediato da semente e termos resultados também imediatos com a semente sendo usada em sua produção”, afirma.

Mercado

O avanço em pesquisas já apresenta como resultado três espécies diferentes de arroz próprias para o plantio no Estado, sendo o BRS Catiana, BRS Tropical e BRS Pampera, todos disponíveis para produção com melhores resultados que outras sementes, tendo em vista que se adaptam melhor ao tipo de solo e condições climáticas do Tocantins.

Das três, o BRS Catiana tem a participação direta da Unitins. Além deste, novas variedades estão sendo desenvolvidas na área de várzeas em Formoso do Araguaia. As pesquisas são realizadas a partir de parcerias público-privadas, envolvendo a Unitins, Embrapa, Seagro e suas pastas e a empresa Evidência Agrícola.

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