Uruguai diz que culpa é da indústria

Presidente da Federarroz leva pleitos da categoria ao governador em encontro hoje em Alegrete (RS).

O bloqueio da fronteira brasileira por arrozeiros do Rio Grande do Sul em Aceguá preocupa as autoridades e os produtores uruguaios. Ontem, o presidente da Associação dos Plantadores de Arroz (ACA) do Uruguai, Hugo Manini Rios, responsabilizou cinco indústrias gaúchas do setor pela situação. Segundo ele, o objetivo dessas indústrias é ‘afetar o mercado de São Paulo’ e elevar o preço do cereal industrializado, ‘ao mesmo tempo em que pagam cada vez menos aos produtores’.

A embaixada do Brasil em Montevidéu divulgou um comunicado ressaltando que ‘a importação do arroz uruguaio é fundamental para o abastecimento do mercado interno brasileiro’. Segundo o presidente da Federarroz, Valter José Pötter, os produtores buscam apenas o atendimento de seus pleitos. ‘Eles estão pedindo uma solução rápida para o impasse e nós queremos o mesmo em relação aos nossos problemas’, disse. Durante assembléia ontem, os arrozeiros de 13 municípios decidiram manter a mobilização.

Ainda na quinta, o setor solicitou ao Ministério da Agricultura (Mapa) a realização da análise de risco total para detectar a presença de resíduos químicos no produto importado, os quais seriam de uso proibido no Brasil. Segundo Pötter, é possível que o arroz uruguaio e argentino, embora industrializado, desenvolva micotoxinas, em razão das condições precárias de armazenamento. Informou que o pedido foi atendido pelo Mapa, que promete realizar os exames de resíduos químicos e de fungos nas amostras retiradas do produto importado.

O presidente da Federarroz, estará hoje em Alegrete para participar da reunião dos prefeitos da Zona Sul com o governador Germano Rigotto.

SANTA CATARINA

o presidente da Cooperativa Agrícola de Jacinto Machado (Cooperja), Vanir Zanatta, assistiu pela televisão as cenas do manifesto dos arrozeiros em Aceguá (RS) e aprovou o protesto, que começou a ser suspenso. O objetivo dos produtores foi chamar a atenção do governo federal em relação a entrada de arroz produzido nos países vizinhos do Mercosul. – Eles estão no direito e com razão já que o governo não faz nada. Os leilões anunciados não irão adiantar muita coisa – afirma. Zanatta.

Para ele, a distância em relação à divisa do Rio Grande do Sul com o Uruguai é o maior obstáculo para a participação de arrozeiros do Sul de Santa Catarina no movimento dos produtores rurais gaúchos.

– Se houvesse condições, poderíamos lotar alguns ônibus, mas fica complicado, pois não há lugar para dormir. Eles podem ir e voltar no mesmo dia. Para nós é complicado. Mas a idéia deles é ótima. Eles estão certos – justifica Zanatta.

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