Uruguai: Rocha semeará até 10 mil/ha menos de arroz por falta de água
(Por Ámbito) Os produtores de arroz do departamento de Rocha, no Uruguai, estimam milhares de hectares de arroz não plantado devido à escassez de água. Como resultado das projeções meteorológicas, alguns produtores de arroz na parte oriental do país já lamentam a falta de recursos para irrigar os seus campos de arroz na reta final do ano.
A colheita do arroz de 2022/23 obteve rendimento de 9.336 quilos por hectare, mas repetir ou ultrapassar esse referencial dependerá do clima. O produtor local, García Richi, comentou que os arrozeiros do departamento “só agora podem começar a semear”, porque o inverno foi muito seco e as chuvas chegaram durante o mês de setembro. A operação tem de 15 dias a um mês de atraso.
“Infelizmente, as chuvas não foram suficientes para completar o nível da barragem de onde tiramos água para irrigar o arroz”, explicou García Richi .
O arrozeiro acrescentou que eles também estão entre a pedra e a espada, pois se chover muito em outubro ou novembro, ficarão impedidos de plantar, pois precisam que a terra esteja seca, mas se não chover eles ficarão limitados a manterem a área atual.
“Neste cenário, aqui na região, poderia dizer que faltarão de 8 mil a 10 mil hectares de arroz ”, concluiu García Richi.
Cerca de 40% do departamento de Rocha é abastecido pelas barragens da região, mas elas estão com 25% de seu nível normal. Em outras áreas do departamento, os arrozais são irrigados pelas águas da Lagoa Merín e do Rio Cebollatí, um dos mais longos do Uruguai com um curso de 235 quilômetros.
Nas últimas horas, o Ministério da Pecuária, Agricultura e Pescas (MGAP) comunicou os dados da próxima colheita de arroz e especificou que a intenção de plantio é superior à quantidade de água disponível, pelo que cerca de 8 mil hectares não chegariam a ser cobertos, em especial no departamento de Rocha, ao Norte do país.
A intenção de plantio, segundo dados do MGAP, é de 160.085 hectares, enquanto a área segundo água disponível até o final do mês passado era de 140.800 hectares. Desta forma, da pasta liderada por Fernando Mattos indicaram que a área de plantio poderá ser prevista em 152 mil hectares para 2023/2024, com base apenas na capacidade hídrica das barragens. Muitos produtores, portanto, estão semeando “no risco”.