USDA projeta área de arroz 12% menor nos EUA
(Por Planeta Arroz) A safra de arroz 2021 dos Estados Unidos foi plantada sobre uma área 12% menor do eu em 2020, estimada em 1,035 milhão de hectares no total, segundo o primeiro levantamento divulgado pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) na tarde desta quarta-feira. A área colhida deve ter redução proporcional e é projetada em 1,017 milhão de hectares. A superfície colhida que mais interessa ao Brasil é a de grãos longos, que deve ser menor em 11% segundo a pesquisa do departamento.
Arkansas, estado que representa 50% da área dos EUA e cerca de 70% da lavoura de grãos longos, terá diminuição de 15% em comparação ao ano passado.
As maiores retrações são indicadas para grãos médios (17%) e curtos (19%). Até 20 de junho, segundo o USDA, 74% das lavouras classificadas nestas duas categorias foram classificadas em condições boas a excelentes em comparação com 73% na mesma época do ano passado. O maior impacto está na Califórnia, onde a seca não permitiu o plantio em áreas tradicionais.
O analista de mercados de arroz de AgroDados/Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos, explicou que a repercussão entre a cadeia produtiva do arroz nos Estados Unidos sobre os números de acreagem foi bastante moderada. “A cadeia produtiva norte-americana projeta uma retração maior da área total, em torno de 15%, além do impacto negativo do clima causado pelo frio e enchentes, mas é uma situação que só ficará mais clara com os ajustes dos números do USDA ao longo da safra”.
Para Santos, uma redução produtiva dos EUA na safra que começa a ser colhida em agosto costuma representar maior oportunidade de comercialização do arroz gaúcho na colheita de 2022, pois parte-se do princípio que os preços referenciais norte-americanos devem ser um pouco mais altos.
“A confirmar-se, se o câmbio ajudar, uma colheita menor nos Estados Unidos pode elevar as cotações na bolsa e no mercado spot, e com isso interferir positivamente no piso de preços da próxima safra gaúcha, uma vez que abre-se a possibilidade de exportar maiores volumes e de forma mais competitiva. O Mercosul também deve aproveitar essa condição, mas ainda é cedo para bater o martelo. Vamos acompanhar o andamento das colheitas no hemisfério norte”, resumiu.