USI Biorefinarias anuncia implantação de 15 usinas
Unidades aproveitarão arroz gigante para a produção de etanol. Variedade foi desenvolvida pela Embrapa Pelotas para gerar energia.
A produção de etanol a partir do arroz ganha cada vez mais força no Rio Grande do Sul. A empresa gaúcha USI Biorefinarias pretende instalar, até 2020, 15 usinas de álcool no Estado. Os complexos aproveitarão um tipo de grão conhecido como arroz gigante, já em produção no Rio Grande do Sul.
O presidente da USI Biorefinarias, Francisco Mallmann, explica que o grão tem o dobro do tamanho do convencional. A variedade foi desenvolvida pela Embrapa Pelotas, com foco na geração de energia, não servindo para o consumo humano. O grão também pode ser aproveitado como ração animal e a casca pode ser colocada em caldeiras de usinas para a geração de eletricidade. O executivo acrescenta que essa variedade tem um potencial de produção 30% superior do que as existentes e uma concentração de cerca com 10% a mais de amido (o que favorece à fabricação de etanol).
O dirigente comenta que, no ano passado, foi plantado arroz gigante em 27 hectares (em São Gabriel e São Vicente do Sul) para multiplicação de sementes. A meta agora é, neste segundo semestre, ampliar a área de plantio para ter matéria-prima suficiente ao abastecimento das futuras usinas. O primeiro desses complexos, localizado no município de São Gabriel, iniciará a operação comercial em 2016. Mallmann informa que se trata de uma unidade que hoje tem capacidade para a produção de 5 mil litros de etanol ao dia e que está sendo ampliada para atingir 30 mil litros diários. O presidente da USI Biorefinarias complementa que o complexo já conta com os licenciamentos necessários e aguarda somente a chegada do arroz gigante para operar em plena capacidade. A estrutura já funcionou, para testes e treinamento, com diversas matérias-primas.
Cada um dos 15 complexos terá capacidade média para a fabricação de 20 mil a 30 mil litros de etanol por dia. As usinas serão instaladas nas regiões arrozeiras gaúchas, como a Fronteira-Oeste, zona Sul e região Central. O investimento médio em cada unidade é estimado na faixa de R$ 20 milhões e deverá gerar em torno de 35 postos de trabalho. Depois da ampliação em São Gabriel, a próxima usina deverá ser construída em Itaqui ou Maçambará. Cada usina implicará a plantação de arroz gigante em um espaço de 1,5 mil a 2 mil hectares. Mallmann reforça que a iniciativa conta com a parceria da cooperativa norte-americana CHS que garantirá a comercialização total da produção das usinas, por um período de 10 anos.
O dirigente detalha que não significa que o combustível será exportado para os Estados Unidos, mas será procurado o melhor mercado, seja o brasileiro ou outros países. O projeto também inclui a fabricação de álcool no estado do Mato Grasso, contudo utilizando como matéria-prima o milho. Naquela região, as usinas serão maiores, com potencial para 50 mil a 100 mil litros de álcool ao dia. No Centro-Oeste serão implementadas em torno de 40 estruturas que, individualmente, deverão absorver entre R$ 30 milhões a R$ 50 milhões. A USI vai buscar apoio do Bndes para concretizar suas iniciativas.
7 Comentários
Será que alguem estimou quantos litros de agua por kg produzido de arroz a ser transformado em etanol custará a natureza?
Haverá reposição hídrica suficiente para suprir o arroz de consumo humano, o de etanol e demais culturas? Acho isso descabido.
Quem puder que reforce açudes e lagoas para guardar agua, e rezem pra não passar por secas como SP vem passando a mais de ano; afinal o arroz de etanol será mais um a beber a agua do precioso arroz “para humanos”.
Senhor Anderson!
Acho que o senhor falou algumas bobagens que só determinados ecopatas são capazes de dizer.
“Guardar água” e utilizar recursos naturais com cuidado, é o que nós arrozeiros podemos ensinar a muito cidadão urbano que acha que nós somos exploradores da natureza. E produzimos um dos alimentos mais consumidos no mundo. E geramos enormes benefícios sociais e econômicos ao nosso país.
E não temos culpa se os paulistas não fizeram obras para a suficiente acumulação de água, e agora ficam a chorar as pitangas. A população cresceu, o consumo de água cresceu, e querem que as mesmas represas sejam suficientes?????
Boa tarde!
Na verdade a reportagem carece de três informações importantíssimas. Qual o custo de produção do arroz gigante, qual a produtividade e qual o valor de comercialização do mesmo para as usinas?
Sem estes dados torna-se impossível avançar no raciocínio da viabilidade comercial do projeto.
Seu Anderson tem a Lagoa dos Patos e se conseguirmos secar essa (o que levaria uns 100.000 anos no mínimo) ainda tem a Lagoa Mirim… o sr. sempre comentou assuntos sobre arroz… qual seu interesse agora nos nossos recursos hídricos???
Essa é boa Flávio, podemos ceder água da lagoa dos Patos para os paulistas,
vamos engarrafa-la ou transportar em caminhões pipa para despejar no sistema Cantareira. Quiça um aqueduto, lagoa dos Patos- Cantareira, mas devemos vende-la e repassar o dinheiro ao Governo do Estado que está quebrado . É uma forma de levantar dinheiro, já que o estado S. Paulo é rico perto de nós Gaúchos e não planta arroz. Ou muito pouco.
Quanto a viabilidade deve ser de competência do gestor das refinarias. Alias esse projeto já comecou a mais de cinco anos em discussão em Cachoeira do Sul onde muitos agricultores e agronomos se associaram ao projeto com ajuda de mil reais cada cota. E o állcool produzido é de alta qualidade para linha farmacêutica ou onde se propuser. SE VAI SER VIAÁVEL OU NÃO PRO PRODUTOR NÃO SEI, MAS SE ALGUM ANO NÃO DER PRA PLANTAR SOJA NA VÁRZEA , PLANTA-SE ESSE ARROZ COMO ALTERNATIVA CASO AINDA TENHA ARROZ VERMELHO(QUE DEVERÁ SERVIR PRA ÁLCOOL TAMBÉM) E SE PUDER FAZER ÁLCOOL DO CAPIM , AÍ SERIA MARAVILHOSO!!!
Apenas para complementar o dito acima… Exemplo de preservação de água temos nos Rios Tietê e Pinheiros o Sr. não acha??? Como cuidam bem neh??? Colocar 30 milhões de pessoas em 100 km quadrados… Detonar com esses dois rios é realmente algo de quem se preocupa com o meio ambiente… Tem arroz sobrando ou se exporta ou vira energia… Vender arroz a menos de R$ 45 – 50 não dá mais… Mas não é bobagem… Vamos abrir os olhos… A crise chegou… e vai pegar de 30 a 50% esse ano… E ano que vem será pior ainda !!! Vamos reduzir 20% a área e colher um pouco menos… Não tem jeito… Quem quiser arriscar que arrisque, mas vejam como o mercado está se comportando novamente… Vocês estão enriquecendo a indústria e bancos (olhem quanto os bancos estão lucrando), e salvando o pelo do governo com comida barata… Aos adeptos da liberdade, competência… Boa sorte… aos que pensam em precaução e prevenção peço que repensem… Os produtores estão sendo muito óbvios…