Velhos problemas, novos desafios

O Brasil dá a largada na safra 2023/24 com grandes expectativas, novos desafios e antigos problemas. As grandes expectativas nascem de sete meses em 2023 de exportações em volume recorde, com ênfase no grão de menor valor agregado (casca e quebrados), bem como da conjuntura de menor oferta, equilíbrio entre oferta e demanda e uma situação internacional que poderá nos levar a resultados e preços inflados capazes de lembrar os dois maiores picos de valor global do arroz: a crise de alimentos de 2008/09 e a valorização provocada pela forte demanda mundial durante a pandemia de covid-19, em 2020/21 e 2021/22.

Os novos desafios chegam com a necessidade de enfrentar um fenômeno El Niño, projetado para ter de média a forte intensidade, com os cultivos de sequeiro em rotação nas várzeas, casos de soja, milho, trigo, sorgo e pastagens. Aproxima-se também a resolução para a reforma tributária, a qual se arrasta há três décadas no Congresso Nacional, que, apesar de necessária, pode trazer alguns “jabutis” em seu conjunto de regras capazes de minimizar os resultados. O Mercosul já começou a plantar sua safra de arroz na primeira quinzena de agosto, caso do Paraguai, que foi beneficiado pelo clima. O único, talvez, nessa situação.

Dependendo de qual elo da cadeia produtiva se manifesta, temos diferentes desafios, esperanças e problemas sendo abordados. Mas o que ninguém discorda é que o Brasil vem ganhando espaços no exterior pela qualidade do seu arroz, que o agricultor vem se tornando cada vez mais eficiente no uso das tecnologias disponíveis, que o consumidor demanda cada vez menos o produto, que o mercado interno sozinho já não dá suporte aos preços e que a definição da área plantada será fundamental para decidir que preços teremos na próxima temporada. Boa leitura, ótima safra!

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