Venda de insumos registra queda em MT

A redução é de 25% na comercialização de fertilizantes e 35% de máquinas agrícolas.

A crise agropecuária não pára de fazer vítimas. O efeito cascata da descapitalização do produtor rural chegou ao setor de insumos, já previsto e, agora, confirmado. A redução é de 25% na comercialização de fertilizantes e 35% de máquinas agrícolas, afirma a superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Rosemeire Cristina da Silva.

– Os dados ainda não são conclusivos, mas esses números foram registrados pelas empresas nacionais que também comercializam no Estado – observou a economista.

Conforme dados fornecidos pelo Imea, de janeiro a junho deste ano foram entregues ao consumidor final 7,578 mil toneladas (t) de fertilizantes contra 10,188 mil t do mesmo período do ano passado, uma diferença negativa de 25,6%. Somente em julho a queda foi de 16,70%, período em que o setor já deveria estar aquecido para o próximo plantio, que no caso da soja inicia no final de setembro. Em relação às máquinas agrícolas, de janeiro a junho foram vendidas no mercado interno 12.311 unidades, 6.486 a menos no igual semestre do ano passado.

De acordo com a superintendente do Imea, o produtor não tem dinheiro para aquisição dos insumos até o momento, espera a liberação dos recursos do Plano Safra e a prorrogação da dívida de custeio da safra passada.

– Agora começa a ser liberada alguma verba, mesmo assim não suficientes para atender as necessidades do setor, que acumula dívidas passadas de custeio e que serão prorrogadas utilizando parte do capital que teria disponível para o próximo ciclo a juros controlados – afirma a economista agrícola.

Outro ponto negativo, apontado por Rosemeire, é o aumento dos preços dos adubos. A relação de trocas ficou assim: para adquirir uma tonelada de fertilizante de soja o agricultor gastava, entre janeiro e julho de 2004, 17,4 sacas (60 kg) do grão. Este ano, no mesmo intervalo, ele pagou 20,8 sacas, ou seja, quase três sacas a mais. No caso do algodão aumentou de 37,1 arrobas (15kg) para 41,3 arrobas nesse semestre. O arroz subiu de 20,5 sacas (60 kg) para 26,2 sacas. Das culturas tradicionais apenas os fertilizantes usados no milho registraram uma pequena redução nessa relação, de 42,2 sacas para 41,7 sacas este ano.

Além disso, há ainda uma disposição do agricultor gastar a poupança do solo fertilizado durante anos de plantio.

– Muitos vão reduzir as aplicações de fertilizantes para aproveitar o já existente no solo, sem reduzir a produtividade, reduz o custo. Entretanto, ele continua tendo de fazer aplicações de defensivos que também compõem os insumos, e não tem como economizar. Tem que se fazer preventivo, e, se houver necessidade as aplicações corretivas, é gasto – frisa a superintendente do Imea.

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