Vendas recordes do Uruguai em um ano excepcional para o arroz
(Por Mercopress) Pela primeira vez em muitos anos, os produtores de arroz uruguaios não se queixam do preço do cereal nem pedem alguma forma de apoio governamental. Pelo contrário, a Associação dos Produtores de Arroz admitiu ter vendido ao exterior toda a colheita deste ano, estimada em 1,26 milhões de toneladas, de uma colheita total de 1,4 milhões de toneladas. O Uruguai costuma consumir 10% de sua produção de arroz e o restante é exportado.
Mas este foi um ano excepcional, foram semeados 159.700 hectares, com um rendimento médio de 9.000 quilos por hectare totalizando 1,4 milhão de toneladas, tornando o Uruguai o principal exportador de arroz de qualidade da América do Sul e o sexto mundial.
No entanto, outro fator significativo foi decisivo para o Uruguai, quando a Índia decidiu encerrar as suas exportações para proteger o mercado interno e fazer da segurança alimentar para centenas de milhões de indianos um objetivo político primordial. Os excedentes da Índia abastecem normalmente cerca de 40% do mercado mundial de arroz. Os problemas das alterações climáticas na Índia e noutros países asiáticos limitaram o acesso ao arroz para os mais de 150 países abastecidos pela Ásia, o que proporcionou um ano de expansão para os produtores de arroz do Uruguai e também para os preços internacionais do arroz.
No entanto, os produtores de arroz uruguaios, habituados a queixar-se e a exigir condições semelhantes às dos plantadores do outro lado da fronteira no Brasil, encontraram, na verdade, uma causa para mencionar: chuva insuficiente para encher muitas das barragens e reservatórios que são usados para irrigar os arrozais. E isto pode ser grave olhando para a próxima colheita, já que no Uruguai todo o arroz é irrigado mecanicamente e estima-se que sejam necessários cerca de 11.000 a 14.000 metros cúbicos por hectare, durante cem dias, para garantir uma boa colheita.
Enquanto isso, no vizinho Brasil, as exportações de arroz durante o mês de setembro atingiram 81,7 mil toneladas, o que representa uma queda de 53,8% em relação ao mesmo mês do ano anterior. Segundo a Associação Brasileira da Indústria do Arroz, Abiarroz, as vendas diminuíram 42,5%, totalizando US$ 33,3 milhões no mês.
O Brasil, grande consumidor de arroz, importou em setembro 112,7 mil toneladas de arroz, uma queda de 5,6% em relação ao ano anterior, mas o custo saltou 25,3%, para US$ 46,6 milhões.