Venezuela demandará 360 mil toneladas em 2019

 Venezuela demandará 360 mil toneladas em 2019

Arroz em casca: foco da demanda venezuelana

Primeiro navio começa a carregar semana que vem e leva saldo de 11 mil t do Brasil.

 Traders envolvidos na negociação que abriu as portas de uma importação de 240 mil toneladas de arroz pela Venezuela, triangulada por uma estatal chinesa que será remunerada com petróleo, confirmaram ontem os parâmetros da operação. Os fornecedores preferenciais são o Uruguai e a Argentina, de onde devem partir um total de oito barcos com 30 mil toneladas cada um, quatro de cada país, até fevereiro de 2020. Contratos assinados e com embarques previstos até agora são dois, somando 60 mil toneladas, mas com compromisso de totalizar 120 mil toneladas de cada origem.

A formalização dos contratos, segundo apurado por Planeta Arroz, depende de ajustes internos que superem entraves de custo logístico e referencial dos preços nos países fornecedores. Isso porque o valor da operação é considerado abaixo do mercado: 265 dólares por tonelada, o que quase não deixa margem para os envolvidos. A operação é considerada uma chance de equalizar os estoques dos países do Mercosul, ainda que sem a receita desejável. A cotação é baixa porque o petróleo venezuelano perde preços desde o início do ano.

O Brasil tentou participar da operação, uma vez que foi o fornecedor preferencial da Venezuela/China em 2018/19, mas não considerou viável fechar negócio abaixo de US$ 280 dólares por tonelada, já com grande concessão de preços.

Mesmo para os padrões argentinos e uruguaios o valor é considerado baixo, mas com muitos países compradores fora do mercado e um primeiro semestre marcado pelos Estados Unidos exportando por preços muito competitivos para clientes tradicionais do Brasil, Argentina e Uruguai, o Mercosul precisa enxugar seus estoques, mesmo quase sem lucro, esperando abrir oportunidade de melhores negócios no segundo semestre.

CARGA
Um barco com destino à Venezuela ancora na próxima semana em Rio Grande (RS) para carregar um saldo de 11 mil toneladas de arroz já comprado em operação similar no ano passado. Depois segue para Montevidéu, onde carregará outras 19 mil toneladas. Ainda em agosto outro barco parte da Argentina com 30 mil toneladas. Ambos os navios com produto em casca.

O cronograma prevê que em setembro/outubro mais dois barcos, com 30 mil t cada um, partam com destino à Venezuela dos países vizinhos, operação que se repete em novembro/dezembro e janeiro/fevereiro a operação seja encerrada. Há uma expectativa, ainda não confirmada de que uma nova rodada de compra ocorrerá até outubro, em busca de mais 120 mil toneladas para carregar no início de 2020, o que depende da instabilidade política do país caribenho, do preço do petróleo e do interesse dos fornecedores.

O segmento produtivo do Brasil, da Argentina e do Uruguai, que se reuniu em Uruguaiana (RS) na última segunda-feira, considerou que confirmadas oficialmente estão apenas as exportações de 60 mil toneladas, mas reconheceu o interesse de compra de mais 180 mil toneladas e a existência da negociação.

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