Viabilidade do plantio do Cirad será discutida em seminário em Sinop

Na safra passada o Cirad 141 respondeu por uma área de 450 mil hectares no Mato Grosso. Nesta safra, está sendo rejeitado pelos produtores, pois perdeu valor comercial por não atingir os critérios de classificação como longo fino.

Desde abril deste ano, a variedade de arroz Cirad 141 deixou de ser considerada como tipo longo fino pelos técnicos da Conab. Para os produtores da região de Sinop, por mais que a Conab garanta que a classificação é em função da qualidade e não da variedade, o arroz Cirad – que corresponde a 80% da produção de Mato Grosso, que até então, era longo fino e passou para longo, ficou “carimbado”.

Na safra passada, o Cirad respondeu por 450 mil/ha da área e o Primavera, por 350 mil/ha em Mato Grosso. Neste ano, os produtores acreditam que a área plantada deverá cair em torno de 70%, com o Primavera ficando com 60% da área cultivada e o Cirad, com 40%.

O engenheiro agrônomo e representante da área de Desenvolvimento de Mercado da Dow AgroSciences, César Ceriani, que estará fazendo uma palestra em Sinop no próximo dia 23 (11º Seminário do Arroz), diz que o material Cirad sem dúvidas teve uma grande importância no cultivo de arroz de terras altas e ainda pode ser muito aproveitado em determidas áreas, sendo sua rusticidade e a tolerância à doenças sua maior qualidade.

“Mesmo com essa característica, mas sendo plantado na maioria das vezes em abertura de área, certas preocupações como escolha da semente certificada, escolha dos defensivos(controle de doenças, pragas, plantas daninhas) adubação correta e equilibrada, que na maioria das vezes são esquecidas, essa variedade não tem tido uma boa posição no mercado e essas áreas tem futuro incerto”, ressalta.

Ceriani ressalta que, pensando exatamente no mercado, que hoje paga preços diferenciados e a percentagem de inteiros se torna fundamental “buscamos conhecimentos em outros materiais que tem uma maior resposta a tecnologia, sendo isso um grande ponto que o Cirad não tem! Agora mesmo sendo em abertura ou reforma e não buscando uma produtividade de mais de 50 sacas/ha mas com certa qualidade de grãos, o produtor escolhendo a semente e adubando de acordo com uma análise de solo e usando produtos que realmente tenha uma eficiência poderá sim ter sucesso”, define.

O agrônomo acredita que o material não pode ser o único culpado do ocorrido este ano. “O que já vinha acontecendo são areas com baixissíma tecnologia. Alguns tratos comuns a outras culturas, hoje, mais do que nunca, são essenciais”, recomenda.

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