Vice-governador participa do lançamento de nova variedade de arroz da Epagri em Itajaí (SC)
Lideranças conheceram a tecnologia desenvolvida na Epagri
As sementes para produção estarão disponíveis comercialmente aos agricultores para a safra 2017/18.
O vice-governador Eduardo Pinho Moreira, acompanhado do presidente Epagri, Luiz Hessmann, e do secretário adjunto da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, participou, nesta quinta-feira, 23, do lançamento da nova variedade de arroz irrigado, o SCS122 Miura. O evento aconteceu na Estação Experimental da Epagri, em Itajaí (EEI).
“Realmente é surpreende o trabalho realizado pela Epagri, focada no aumento de produtividade e qualificação de nossos produtos nas últimas décadas. Ela realiza, através de seus servidores, um trabalho sensacional de pesquisa, extensão e organização junto aos produtores catarinenses. O trabalho é destaque nacional, faz com que o Estado tenha uma melhor situação financeira, comparado ao resto do país, sendo o agronegócio responsável por praticamente 1/3 do Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina”, destacou Moreira.
O SCS122 Miura, nome em homenagem ao engenheiro-agrônomo Lucas Miura, pesquisador da Epagri e fitopatologista, destaca-se pelo seu alto potencial produtivo de 9.462kg/ha (enquanto a média estadual está em torno dos 7.000 kg/ha); tolerância ao acamamento por ventos, o que impossibilita colheitas e causa perda na cultura; bom perfilhamento, ou seja, emissão de mais panículas e grãos de arroz; e boa resistência à brusone, a principal doença do arroz irrigado.
De acordo com Hessmann, as sementes para produção estarão disponíveis comercialmente aos agricultores para a safra 2017/18. Essa é a 30ª variedade de arroz irrigado desenvolvida e lançada pela Epagri, sendo a 22ª para Santa Catarina. “São 30 novas variedades de arroz, 21 lançadas aqui na estação experimental de Itajaí nestes últimos 41 anos. Isso demonstra a dedicação, o apreço e preocupação de qualificar e gerar um melhor produto para o nosso produtor rural”, explicou.
Miura é resultado da hibridação de outras três diferentes variedades de arroz, duas desenvolvidas pela Epagri e uma do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). Este processo se iniciou em 2003. Os resultados das avaliações, no sistema pré-germinado, comprovaram sua superioridade em relação às variedades atualmente cultivadas em Santa Catarina.
Segundo o gerente da EEI, José Alberto Noldin, o desenvolvimento de uma nova variedade de arroz exige trabalhos ininterruptos de longo prazo, consumindo normalmente de 12 a 14 anos de pesquisas em melhoramento genético por uma equipe multidisciplinar. Ele ressalta ainda as parcerias como fundamentais para o desenvolvimento do trabalho. “Merece destaque o apoio que a Epagri tem de instituições como a Associação Catarinense dos Produtores de Sementes de Arroz Irrigado (Acapsa), o Sindicato da Indústria do Arroz do Estado de Santa Catarina (Sindarroz-SC), Embrapa, CNPq, Fapesc, Finep e do Governo Federal”, lembrou Noldin.
Durante o lançamento, assinaram um termo de liberação de recurso no valor de R$ 175 mil para reforma do auditório, prédio administrativo e laboratório de microbiologia ambiental da Epagri de Itajaí. Também houve a entrega de um trator zero quilômetro no valor de R$ 77 mil para a instituição.
Pesquisa
A nova variedade de arroz é resultado de 14 anos de trabalho em equipe, envolvendo pesquisadores e extensionistas, e foi avaliada durante três safras agrícolas em experimentos oficiais registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), em locais representativos de cultivo do arroz irrigado em Santa Catarina.
Sementes
Seus grãos são longo-finos, atendendo ao mercado brasileiro. É recomendada para cultivo em todas as regiões produtoras de arroz irrigado de Santa Catarina. Pode também ser utilizada em outras regiões do Brasil, desde que se realizem os experimentos oficiais de valor de cultivo e uso (VCU), o que gera a concessão da extensão do registro para cultivo.
Testes
Ela também foi submetida à avaliação de desempenho industrial e sensorial, além de análises químicas, em quatro diferentes instituições: Sindarroz-SC, Cooperjuriti, Embrapa Arroz e Feijão e UFPel. Todas as avaliações consideraram a nova variedade como adequada aos processos de beneficiamento para arroz parboilizado.
