Volta da Índia ao mercado derruba preços internacionais entre US$ 10 e US$ 35 por tonelada

 Volta da Índia ao mercado derruba preços internacionais entre US$ 10 e US$ 35 por tonelada

(Por Planeta Arroz*) Os preços globais do arroz caíram nesta segunda-feira depois que o governo da Índia, maior exportadora mundial do grão, deu sinal verde para a retomada das exportações, aumentando a oferta global e ajudando compradores pobres asiáticos e africanos a garantir suprimentos mais acessíveis, disseram exportadores.

A Índia permitiu no sábado exportações de arroz branco não basmati (longo fino). Isso ocorreu um dia após Nova Déli cortar o imposto de exportação sobre arroz parboilizado para 10%, impulsionado por uma nova safra iminente e estoques mais altos em armazéns estatais.

“Fornecedores da Tailândia, Vietnã e Paquistão estão respondendo à ação da Índia reduzindo seus preços de exportação”, disse Himanshu Agarwal, diretor executivo da Satyam Balajee, uma exportadora líder no comércio asiático de arroz. “Todos estão tentando permanecer competitivos para manter seu lugar no mercado”, agregou.

Os preços globais do cereal atingiram seu nível mais alto em mais de 15 anos após a decisão da Índia, no ano passado, de proibir a exportação de arroz branco e impor uma taxa de 20% sobre as exportações de arroz parboilizado.

As restrições de exportação impostas pela Índia em 2023 permitiram que fornecedores concorrentes como Vietnã, Tailândia, Paquistão e Mianmar aumentassem sua participação de mercado e obtivessem preços mais altos no mercado global. Essa tendência, fortalecida pelo clima global, teve repercussão também nas Américas, com elevação das cotações nos Estados Unidos e recordes no Mercosul.

Na segunda-feira, a variedade indiana RI-INBKN5-P1, parboilizada, a 5% quebrados, foi cotada a US$ 500-US$ 510 por tonelada métrica, abaixo dos US$ 530-US$ 536 da semana passada. O arroz branco quebrado a 5% da Índia foi oferecido em torno de US$ 490, preço mínimo estabelecido pelo governo.

Exportadores do Vietnã, Paquistão, Tailândia e Mianmar também reduziram os preços em pelo menos US$ 10 por tonelada na segunda-feira, disseram comerciantes.

Filipinas, Nigéria, Iraque, Senegal, Indonésia e Malásia estão entre os principais importadores de arroz asiático.

IMPACTO

Compradores e vendedores estão avaliando o impacto potencial do aumento da oferta de arroz indiano e, consequentemente, os preços devem se estabilizar esta semana, disse Nitin Gupta, vice-presidente sênior da Olam Agri India.

A Índia foi responsável por mais de 40% das exportações mundiais de arroz em 2022, um recorde de 22,2 milhões de toneladas métricas de um total de 55,4 milhões de toneladas métricas de comércio global.

Os preços do arroz tailandês foram cotados entre US$ 540 e US$ 550 na segunda-feira, abaixo dos US$ 550 e US$ 560 por tonelada da semana passada.

Os preços de exportação de arroz da Tailândia podem cair mais devido ao aumento da oferta no mercado, mas a extensão do declínio dependeria de vários fatores, incluindo a valorização da moeda tailandesa, disse Chukiat Opaswong, presidente honorário da Associação de Exportadores de Arroz da Tailândia.

Os preços do arroz começaram a corrigir, até mesmo no Vietnã, mas os comerciantes alertam que o impacto total do fornecimento indiano ainda não foi percebido. “Os exportadores (vietnamitas) devem manter a calma e evitar reduzir os preços para garantir contratos”, disse Truong Tan Tai, presidente-executivo da Vinarice Co., uma exportadora de arroz. Segundo ele, outros fatores devem interferir na definição de preços e, neste momento, é melhor deixar a “poeira baixar” e agir com calma.

No Brasil, nesta segunda-feira, não houve alterações e o indicador de preços Cepea/Irga fechou em estabilidade no patamar de R$ 119,51 (US$ 21,90), consolidando uma valorização de 1,65% em setembro. (Com Reuters, EFE, Business Standard, Al Arabyan e Forbes).

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