Workshop de geotecnologias mostra eficiência no uso da água

Pesquisa, empresas privadas e agricultores buscam menor impacto ambienal e maior produtividade na cultura da soja em terras de arroz. Primeiro debate trouxe depoimentos e agricultores interessados.
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O Workshop Uso de Geotecnologias na Produção de Soja em Terras Baixas contou com mais de 140 participantes, entre produtores rurais e profissionais com atuação, ou interessados neste tema, realizado na sexta-feira (23), com três paineis técnicos apresentados no auditório da sede da Embrapa Clima Temperado (Pelotas,RS) sobre diagnóstico da produção de soja em rotação ao arroz irrigado, o uso de geotecnologias na irrigação e drenagem em terras baixas e o manejo de solo para a produção de soja nesse ambiente, além de uma exposição de equipamentos e implementos agrícolas no pátio da Unidade de pesquisas.

O evento foi feito em parceria com as empresas Trimble Brasil, AgriMec, Delta Plastics e KLR e contou com o apoio da Udsm, Ufpel e Irga.

Um dos coordenadores do evento, o pesquisador José Maria Parfitt disse que a atividade foi montada para promover um debate entre quem utiliza novas geotecnologias e quem está interessado em adotá-las. "Este evento, inclusive, vai nos dar a oportunidade de coletar demandas do sistema produtivo. A ideia é apresentar essas novas tecnologias, no caso, geotecnologias como o Sistema Global de Navegação por Satélite, o GNSS, uma espécie de GPS, mas que contribui de uma forma mais intensa na utilização da área agrícola e também de retorno em produtividade", explica ele.

Para o pesquisador o Workshop deu ênfase na produção de soja cultivada em terras de arroz ao mostrar a importância de estudar os solos. " Os solos de terras baixas, onde plantamos arroz, são terrenos impermeáveis, então é preciso conhecer o relevo e um dos fatores na condução dessa prática é o manejo da água, pois a drenagem passa a ser um fator complicador, assim como outros processos como entaipamento e irrigação", esclarece. As geotecnologias foram mostradas como alternativas eficientes e apresentadas pelos próprios produtores-usuários, como a Granja Bretanha, de Jaguarão/RS.

Uma parceria entre a empresa de geotecnologias, os agricultores e a pesquisa vem demonstrando possibilidades na sistematização do solos. "A parceria entre a Embrapa, Trimble e o agricultor vem a fortalecer que muitos deles que não estão acostumados com o uso de geotecnologias, que ela será um futuro bem próximo em suas propriedades", respondeu o técnico Herinque Levien, representante no sul do país da empresa de geotecnologias.

"Eu já conhecia essas geotecnologias e vi que é uma excelente ferramenta para melhorar eficiência do uso da água, para viabilizar cultivos de áreas de várzea não só de soja, mas de outros cultivos; é uma melhoria do sistema como um todo por que é muito dinâmico, que vale muito a pena, por que essas geotecnologias podem servir para outras atividades na propriedade", testemunhou o engenheiro agronômo Everton Luiz Fonseca, gerente de operação e manutenção da Associação dos Usuários do Arroio Duro (AUD), de Camaquã/RS.

Ele saiu do evento satisfeito, com a missão de difundir a existência dessas geotecnologias junto a Associação já que verificou pelo depoimento dos produtores-usuários que elas aumentam a eficiência de produção, diminuem o uso de insumos o que contribui na redução de custos financeiros, além de trazer um benefício de impacto ambiental pelo fato de se utilizar menos água.

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