1º Seminário de Arroz Vermelho do Vale do Piancó reúne 200 produtores paraibanos

 1º Seminário de Arroz Vermelho do Vale do Piancó reúne 200 produtores paraibanos

Produtos elaborados com arroz vermelho foram expostos no evento

Organização, cooperativismo e valorização do arroz vermelho foram os grandes destaques nas palestras realizadas durante todo o dia.

Na última sexta-feira (03), mais de 200 produtores rurais estiveram reunidos em Santana dos Garrotes, no 1º Seminário de Arroz Vermelho do Vale do Piancó. O evento, promovido pelo Sistema Faepa/Senar-PB, agregou diversas entidades e teve como palavras de ordem, a organização e cooperativismo.

Organização, cooperativismo e valorização do arroz vermelho foram os grandes destaques nas palestras realizadas durante todo o dia. Cientes do grande potencial do produto, os convidados apresentaram dados sobre a origem do arroz vermelho, a realidade do vale do Piancó, as exigências do mercado e o que fazer para atender a este mercado, garantindo renda e desenvolvimento ao produtor rural e para toda a região e como equilibrar produção e preservação ambiental.

A região do Vale do Piancó concentra a maior produção de arroz vermelho do estado e é objeto do projeto de Identificação Geográfica (IG) do Arroz Vermelho, desenvolvido desde 2008, pelo Sistema Faepa/Senar, juntamente com o Mapa-SFA/PB, devido à sua história e tradição no cultivo deste tipo de arroz.

“Em 1772, Portugal proíbe o plantio do arroz vermelho no Maranhão. Acontece então, a fuga para a Paraíba, especificamente para o Vale do Piancó. São mais de 200 anos de história que não pode acabar. O produtor de arroz vermelho tem que se modernizar, se unir para salvar a cultura do esquecimento e da extinção”, afirmou o pesquisador da Embrapa Meio Norte, José Almeida Pereira.

Técnicas modernas de plantio e aproveitamento de espaço, variedades mais produtivas da planta, de menor porte e mais resistentes ao acamamento e os equipamentos para beneficiamento do arroz também foram apresentados pelo palestrante da Embrapa Meio Norte, com o objetivo de mostrar ao produtor a possibilidade de produção com a qualidade que o mercado exige.

Outro ponto chave, apresentado pela Prof. Márcia Targino da Universidade Federal da Paraíba (Ufpb), é a inovação do consumo do arroz vermelho.

“Podemos agregar valor ao arroz vermelho por meio do desenvolvimento de receitas e pratos variados, que chamem a atenção do consumidor”, afirmou a professora, que juntamente com alguns alunos desenvolveu vários pratos que foram servidos no coffee break, como panqueca, torta, bolo, pudim e arroz doce, todos preparados com o arroz vermelho.

As questões sobre meio ambiente e regularidade da produção nas várzeas do Vale do Piancó também foram abordadas durante as palestras do Ibama e da Sudema. Segundo o superintendente do Ibama, Ronilson José da Paz, a produção de arroz vermelho, por não utilizar agrotóxico ou causar qualquer prejuízo ao meio ambiente, é legal. Já o assessor técnico da Sudema, Lincon Barros Veras, apresentou detalhadamente as questões que envolvem a produção de arroz e o Código Florestal Brasileiro.

Para o produtor Agostinho Barbosa Lopes, da Associação dos Pequenos Produtores de Arroz Vermelho de Santana dos Garrotes, o arroz vermelho é a grande salvação dos produtores da região. Segundo ele, devido à estiagem enfrentada em 2010, a produção foi baixa, mas a expectativa para 2011 é boa.

“A chuva foi pouca e produzimos apenas 95 toneladas em 2010. Já este ano, com a chuva boa, a associação produziu, só neste comecinho de ano, 70 toneladas”, comemora o produtor rural do Sítio Aroeiras.

Apesar da baixa produtividade, o produto tem destino certo e hoje, além do consumo pela própria família dos produtores, o arroz é distribuído nos demais municípios do Vale do Piancó, Brasília e São Paulo. Tendo ainda, como possível mercado, a Itália e outros países da Europa. “A demanda existe. O que ainda está faltando é produção em larga escala. E para isso, o produtor precisa estar organizado; ligado através de cooperativas e associações”, afirmou o presidente do Sistema FAEPA/SENAR-PB, Mário Borba.

“O Sistema Faepa/Senar-PB acredita na vocação desta região para a produção do arroz vermelho. Somos parceiros e entusiastas. Falta apenas o produtor rural dar o pontapé inicial”, completou.

Durante a tarde, os produtores realizaram uma discussão para traçar metas e estratégias para o desenvolvimento da cultura no estado, identificar parceiros e definir os próximos passos a serem dados.

O encerramento do evento aconteceu à noite, durante a 1ª Festa do Arroz Vermelho, que reuniu mais de 500 pessoas, no clube Santana Show. A Festa contou com o Concurso da Princesa e da Rainha do Arroz Vermelho, shows e uma praça de alimentação especial onde foram comercializados diversos pratos feitos com o arroz vermelho.

A iniciativa para a realização do evento foi do Sistema Faepa/Senar-PB e do Sindicato dos Produtores Rurais de Santana dos Garrotes, com o apoio do Sebrae-PB, Banco do Nordeste, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), contando ainda com a parceria da Sedap, Emater, AESA, Empreender Paraíba, Ibama, Sudema e prefeituras municipais da região.

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