Colheita gaúcha chega a 24%

A colheita de arroz do Rio Grande do Sul superou os 24% na última semana. Até o final desta semana um terço da colheita estará concluída. Fronteira indica aumento do volume de grãos quebrados.

Os arrozeiros gaúchos superaram a marca dos 24% de área colhida nesta safra, chegando aos 247 mil hectares colhidos de um total de 1,028 milhão plantados. A Fronteira-Oeste segue na frente, tendo colhido mais de 40% da área. A Depressão Central e a Campanha já colheram mais de 25% do total plantado.

Mesmo com este andamento de colheita bastante adiantado e números de produtividade bem acima da média (em torno de 5,9 mil quilos por hectare), ainda não há pressão de oferta no mercado. Os produtores estão buscando capitalização por meio de CPR e NPR, se informando sobre os contratos de EGFs e aguardando informações sobre os contratos de opção. O mercado abriu lento esta manhã e mantém-se estável, com preços médios superiores a R$ 31,00 o saco de 50 quilos em todo o Rio Grande do Sul.

Na Fronteira-Oeste uma grande preocupação dos produtores têm sido o alto volume de grãos quebrados, gessados e falhados nas lavouras de arroz já colhidas. O baixo rendimento (alto percentual de grão quebrados) poderia se explicado por questões climáticas, como baixa umidade do ar e as grandes oscilações das temperaturas (do dia para a noite) principalmente nos meses de novembro e dezembro, quando a diferença chegou a superar os 15 graus. Em dezembro foi comum o dia chegar a 30 graus e à noite ocorrerem temperaturas médias entre 15 e 17 graus.

O uso de cultivares não recomendadas para a região pela pesquisa também vem sendo indicado como uma das principais razões para ocorrências de índices maiores do que a média de grãos quebrados, principalmente. A presença em grande quantidade da variedade uruguaia El Paso L 144, segundo pesquisadores gaúchos, têm sido fator da presença de muitos grãos gessados nesta safra. A utilização de variedades mais antigas também apresenta estas características de grãos gessados e quebrados.

Uma das principais causas, contudo, é a utilização de grãos no lugar de sementes certificadas. No Rio Grande do Sul é muito comum o uso de grão, colhido em uma safra, ser utilizado como semente na próxima, o que favorece a segregação, a mistura varietal e o surgimento de problemas com inços, como o arroz vermelho e outros.

Os relatórios dos Nate’s do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), no entanto, não estão indicando a quebradeira de grãos apontada pelos produtores. A indicação é de que a safra é normal, com bom percentual de grãos com classificação superior a 54% de inteiros mesmo na fronteira.

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