Déficit hídrico poderá comprometer irrigação
No município de São Borja (RS) a situação já é preocupante. A Fronteira gaúcha é a região mais atingida. Situação dos mananciais da Zona Sul também já preocupa.
Restando pouco mais de 70 dias para o início da nova safra de arroz, a área de plantio pode sofrer sérias reduções caso não haja a recuperação do índice pluviométrico. Segundo o presidente do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Pery Coelho, a maioria dos açudes e barragens destinados à irrigação da Fronteira Oeste tem armazenado hoje de 20% a 30% do total necessário para que a lavoura orizícola seja programada. ‘Isso é gravíssimo’, alerta ele.
Segundo dados da Fepagro, em São Borja as precipitações atingiram 405 milímetros, quando o normal é de 688 milímetros. A defasagem é de 41%. ‘O déficit hídrico durante todo o verão e o outono foi altíssimo em toda a região, que é responsável por 27% da produção de arroz no estado’, lamenta Coelho.
Conforme o presidente da Associação dos Arrozeiros de São Borja, Pablo Muniz da Silva, ainda há tempo para a recuperação dos mananciais. Ele teme que a falta d’água comprometa a irrigação da lavoura a partir de outubro e novembro. Na última safra, os produtores plantaram mais de 41 mil hectares no município, porém o dirigente não descarta uma redução de área.
Coelho aponta como outro agravante os estoques internacionais reduzidos a um volume suficiente para 60 dias de consumo em todo o mundo. ‘Segundo o USDA, há um déficit de 16 milhões de toneladas na produção mundial em relação ao consumo.’
No Brasil, o quadro de oferta e demanda apresenta um número aproximado de 1,1 milhão de toneladas, o equivalente a um mês de consumo interno.