250 produtores foram ao Seminário Bagé – Arroz em Destaque

Região da Campanha gaúcha se mobiliza em busca de produtividade e sustentabilidade da lavoura. Evento em Bagé manteve estes assuntos em pauta.

Cerca de 250 produtores, pesquisadores, universitários e professores participaram ontem do 3º Seminário “Bagé Arroz em Destaque”, na Associação Atlética do Banco do Brasil (AABB). O aumento da produtividade na lavoura foi um dos assuntos debatidos.

Um debate entre produtores e arrendatários de terras no final da tarde colocou em pauta a necessidade de liberar a terra com antecedência para que haja um preparo antecipado do solo, o que vai permitir o plantio na época adequada e conseqüentemente aumentará a capacidade produtiva por hectare. A promoção do evento ficou a cargo da Associação dos Arrozeiros de Bagé e Instituto Riograndense do Arroz (Irga).

De acordo com o responsável técnico do Irga de Bagé, engenheiro agrônomo Ronaldo Goettems, esse evento visa incentivar os produtores para que observem todos os cuidados e informações de um preparo do solo e plantio adequado, visando elevar a produtividade. Ele diz que a meta é de atingir o potencial de 10 toneladas por hectare.

Um dos programas apresentados ontem e que vem obtendo resultados significativos de produção é o Projeto 10, que teve início em Dom Pedrito e posteriormente se estendeu para o estado. O assunto foi explanado pelo engenheiro agrônomo Valmir Menezes do Irga, de Cachoeirinha. O Projeto 10 veio para revolucionar a lavoura. Os produtores estão se conscientizando que devem investir mais na terra usando a tecnologia disponível para colherem bons resultados.

Durante a palestra, Menezes demonstrou a potencialidade existente para elevar a produção. Ele destacou sobre a necessidade de irrigar no momento certo, desenvolver uma boa nutrição das plantas. O palestrante avisa que é necessário adequar o solo, fazer uma boa drenagem, utilizar taipas baixas e largas sem leveiros e com bom sistema de produção.

Seguindo todos os cuidados necessários, o palestrante afirma que será possível atingir mais de oito toneladas por hectare. A necessidade de fazer a análise do solo é ponto principal para obter uma boa lavoura.

ÁGUA

Os orizicultores já estão iniciando o preparo do solo na região. O plantio deverá iniciar no final de setembro, estendendo-se até novembro. Uma das preocupações atuais dos arrozeiros é quanto a falta de água nos reservatórios. O presidente da Associação dos Arrozeiros, Ricardo Zago, diz que hoje o reservatório encontra-se com a capacidade de abastecer 50% da produção.

As chuvas dos últimos dias ainda não trouxeram segurança aos produtores, que estão em alerta e preocupados, uma vez que a água é impresncindível para o plantio. “Tem apenas 60 dias para que o nível de reservatório seja completado”, observa.

SAFRA POSITIVA

Zago avalia de forma positiva a safra de 2003/2004. Na lavoura convencional do arroz na região, a produtividade ficou em 5.500 quilos por hectare, em uma área plantada de 27.300 hectares, pertencente a 190 produtores. Desse total produzido, 70% a 80% foi beneficiada em Bagé e o restante em outros municípios. Para a próxima safra, os arrozeiros estão buscando o aumento da produtividade para seis mil a 6.500 quilos por hectare.

A exportação do arroz em 2004 foi outro destaque do seminário. Na oportunidade, 20 produtores assinaram um termo de compromisso de adesão a exportação do arroz. A região está se comprometendo em exportar 10 mil sacos. Ao todo, o Rio Grande do Sul irá exportar 25 mil toneladas, o que representa 500 mil sacos.

A exportação deverá ocorrer a partir da próxima semana, sendo que a China deverá ser o principal país a receber o produto brasileiro. Os preços pago ao produtor ainda não corresponde com as expectativas dos orizicultores. Os preços ficam em R$ 30,50 o saco sendo que o preço ideal é de R$ 35,00.

No entanto, Zago diz que essa é uma alternativa de atingir o mercado internacional. “A exportação visa enxugar excedentes para que os preços não fiquem baixos no mercado interno, uma vez que existe, principalmente na época de colheita, excesso da oferta”, argumenta.

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