Ministros do Mercosul vão discutir crise do arroz na Expointer
A pressão das entidades produtoras gaúchas pelo fim do ingresso de arroz argentino no mercado brasileiro e o estabelecimento de cotas para o Uruguai será um dos principais temas da reunião de ministros do Mercosul que deverá acontecer na Farsul no dia 2 de setembro.
O embargo ao arroz argentino proposto pela Farsul e o estabelecimento de cotas para o ingresso de produto do Mercosul (Uruguai) será um dos temas da reunião de ministros do Mercosul que deverá acontecer no dia 2 de setembro. A inclusão deste tema na pauta do encontro da Expointer aconteceu durante a visita do presidente da Farsul, Carlos Sperotto, à Argentina na semana passada.
Segundo Sperotto, os argumentos brasileiros foram recebidos com apreensão, mas sem animosidades por parte dos parceiros do Mercosul, que se mostram dispostos a conversar sobre o assunto. Estrategicamente foi possível trazer o debate para dentro do Rio Grande do Sul, na Expointer, onde a cadeia produtiva brasileira se fará bastante presente, lembra o diretor-administrativo da Farsul, Amilton Soares.
Para Soares, os argentinos estão reconhecendo que a partir da iniciativa tomada pelo seu governo, na chamada guerra das geladeiras, ficaram em desvantagem e deram argumentos para que os demais países, e principalmente o Brasil, estabeleçam retaliações ou busquem redimensionar a importação de alguns produtos. O arroz é um destes casos, bem como o vinho, a cebola e o trigo, entre outros.
Com relação ao Uruguai, a situação é de apreensão, pois o Brasil representa 70% dos destinos de seu arroz. O Rio Grande do Sul transferiu para o Mercosul a oferta para a exportação de 150 mil toneladas de arroz em casca que recebeu nos últimos dias, mas os governos destes países restringem as exportações em casca para terceiros mercados, como forma de incentivar o crescimento industrial. Isso torna o produto em casca do Mercosul pouco competitivo fora do bloco econômico.
