Nova safra catarinense maior e brasileira menor?
Cesar A Freyesleben Silva, do Instituto CEPA (SC), avalia o momento e as perspectivas da safra 2004/2005 em Santa Catarina e no Brasil.
Iniciam-se as operações de preparo do solo e plantio das sementes pré-germinadas para a nova safra do arroz irrigado catarinense.Com elas, iniciam-se também as estimativas de plantio, produtividade e produção. No caso catarinense, e ainda em caráter bastante preliminar, espera-se um acréscimo em torno de 5% sobre a área plantada na última safra. Nos dois estados maiores produtores nacionais, as áreas de plantio, ao contrário, podem retroceder. No Rio Grande do Sul, há o temor de que o atual período de falta de chuvas se prolongue.
O problema é mais intenso na região da fronteira oeste, especialmente no município de Uruguaiana, maior produtor do País, onde na última safra se colheram 530 mil toneladas. Estas foram plantadas em 76 mil hectares, 70% dos quais irrigados a partir de barragens. No Mato Grosso, a indefinição dos produtores de arroz deriva basicamente da correlação inversa entre a evolução dos preços do produto e a dos insumos (que subiram cerca de 30% durante o corrente ano, especialmente os fertilizantes). Some-se a isto seu descontentamento com a decisão do governo estadual de determinar um preço mínimo, julgado elevado, para pagamento do ICMS. O resultado pode ser uma redução de área plantada, que pode ficar em torno de 30% em relação à safra 03/04.
Por outro lado, o comportamento do arroz no mercado interno continua a se pautar pelo baixo dinamismo dos negócios, o que, aliás, vem ocorrendo desde meados de julho último. Assim sendo, os preços aos produtores brasileiros seguem caindo muito lentamente.
Desde o dia 2 último, aos produtores gaúchos, por exemplo, baixou R$ 0,50,00/sc de 50 kg em todas as praças; nas de Pelotas, Uruguaiana, Alegrete, Cachoeira do Sul e São Borja estão a R$ 30,00; em Santa Maria, em R$ 30,50/sc de 50 kg e em Capivari, em R$ 33,00.
Nas praças catarinenses, ainda no mesmo período, os preços aos produtores declinaram apenas nas praças de Blumenau e Itajaí (-R$ 1,00/sc de 50 kg). Alcançaram R$ 28,00/sc de 50 kg. Permaneceram em R$ 27,00/sc de 50 kg na praça de Rio do Sul e em R$ 30,00 na região Sul.
No atacado paulistano, no mesmo período (base CIF e prazo de 30 dias, e com ICMS), estabilizaram-se em R$ 41,50 o agulhinha tipo 1); em R$ 38,00 o agulhinha tipo 2, e em R$ 42,00 o parboilizado Tipo 1.