Arroz de qualidade inferior encalha nos armazéns de Mato Grosso

Arroz acima de 52% de inteiros está resumido a um estoque de 20 mil toneladas. Indústrias terão que buscar que se abastecer de produto fora da região, provavelmente no Rio Grande do Sul.

Se para os rizicultores gaúchos está difícil comercializar o arroz estocado colhido na safra 2003/2004, a situação não é diferente para os produtores de Mato Grosso. Segundo a Associação dos Produtores de Arroz de Mato Grosso (APA), a maior dificuldade está em vender o arroz de má qualidade, que tem grãos “gessados” – manchas brancas -, quebrados e que estão abaixo de 42% de renda. “Quem tem arroz assim não consegue vender, está com o produto encalhado”, afirmou o presidente da Associação, Ângelo Carlos Maronezzi.

A situação é inversa para o arroz de qualidade com aproveitamento de 52% de inteiros. Conforme Maronezzi, a procura pelo produto é grande e quase não há mais arroz de qualidade para oferecer no mercado. “O que tem de arroz bom é muito pouco e em breve irá acabar. Vai sobrar somente o arroz de má qualidade”, garantiu.

A APA calcula que hoje há estocado em Mato Grosso cerca de 200 mil toneladas de arroz da safra passada, o equivalente a 350 mil sacas. Deste total apenas 20 mil toneladas são do produto de qualidade. “Acredito que da entressafra até a colheita as indústrias não terão produto bom para comprar”, prevê.

Com a grande procura por arroz de qualidade, as chances do consumidor mato-grossense pagar mais pelo arroz de qualidade ou ter à mesa produto inferior ao acostumado, são grandes. Ângelo não sabe que medidas a indústria irá tomar para garantir um bom arroz ao consumidor mas não descarta a possibilidade do setor ter que buscar fora do Estado, como importar Rio Grande do Sul, Paraguai, ou não sei que medidas irão tomar”, assinalou.

Em Mato Grosso, segundo maior produtor do país, a safra 2004/05 terá a mesma área da safra passada, entre 585 a 600 mil hectares, segundo previsão da APA. A colheita, prevista para começar a partir do dia 20 de janeiro de 2005, deve chegar a 1,5 milhão de toneladas.

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