Conab compra arroz via AGF no RS

Anúncio não contenta arrozeiros, que devem continuar com protestos na Fronteira com o Mercosul.

Numa semana de intensos protestos dos arrozeiros no Rio Grande do Sul por ações federais de recuperação de preço, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou ontem que entrará no mercado, comprando arroz por meio de AGF no Rio Grande do Sul a partir da próxima segunda-feira. As aquisições terão como base o preço mínimo de R$ 20,00 a saca de 50 quilos para o produto tipo 1, com 58% de grãos inteiros.

Poderá haver ágio dependendo da classificação do grão. Conforme o superintendente regional da Conab, Carlos Manoel Farias, o máximo por produtor será de 1,2 mil sacas, devido à limitação de recursos liberado pela União para este mês, mas o volume pode subir em junho.

O mecanismo foi rechaçado pelas entidades do setor, apesar de a Conab não ter revelado o volume de recursos a ser aplicado. Farsul e Federarroz foram categóricas: ‘o negócio não interessa’. O setor entende que somente os contratos de opções públicas para 1 milhão de toneladas amenizariam a crise. Segundo o diretor de Mercados da Federarroz, Marco Aurélio Tavares, ‘o anúncio não atende às necessidades do setor. O pleito é o mecanismo de opção público com preço de R$ 27,00. Se há recursos, queremos para o opção’.

Mesmo posicionamento tem o presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong. ‘O AGF é um bom instrumento, mas não resolve o problema. Hoje não há outra saída para enxugar mercado que não os contratos.’ Para Schardong, ninguém vai querer vender a preço mínimo com custo de produção de R$ 30,00, mesmo que a saca esteja na média de R$ 18,00.

Hoje, em Dom Pedrito, será instalado posto de mobilização permanente na BR 253, afirmou o presidente da Federarroz, Valter Pötter. Em SC, protesto de sexta reuniu ‘mil arrozeiros gaúchos’.

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