Farinha de arroz pode abrir mercados para o setor

Atualmente, a indústria utiliza cerca de 10 milhões de toneladas de trigo na panificação. Com a possível entrada do arroz neste setor, estima-se que três milhões de toneladas do cereal devem ser escoados.

A estabilização do consumo de arroz no Brasil e os excedentes causados pela produção vêm intrigando os pesquisadores da área. Em busca de soluções para reverter o quadro, alternativas como a utilização dos derivados de arroz na indústria de panificação surgem como um alento para o setor.

Segundo estimativas da Conab, a safra deste ano deve chegar a 11,7 milhões de toneladas, com o Rio Grande do Sul representando 55% do total.

Atualmente, a indústria utiliza cerca de 10 milhões de toneladas de trigo na panificação. Com a possível entrada do arroz neste setor, estima-se que três milhões de toneladas do cereal devem ser escoados. Para a nutricionista Angélica Magalhães, 100% da massa de biscoitos e macarrão podem ser produzidos com a farinha de arroz. Já para pães com fermento biológico, os resultados são viáveis em mistura com no máximo 30% da farinha, já que a fermentação necessita do glúten (proteína do trigo).

Florianópolis é modelo na utilização deste derivado nos alimentos. Uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que é viável a utilização da farinha de arroz no programa de alimentação escolar do município. O estudo desencadeou a inclusão do cereal em biscoitos, com substituição parcial a farinha de trigo, e em substituição total no caso do macarrão. O projeto da UFSC verificou, ainda, a viabilidade nutricional, aceitabilidade e redução de custos.

Hoje o programa atende 25 mil crianças matriculadas na rede municipal de ensino da cidade. Com o estudo colocado em prática, a prefeitura local ganhou o prêmio de gestor eficiente de alimentação escolar, do Ministério da Educação, em 2005. Este é um grande exemplo de que é possível melhorar as condições dos orizicultores, agregando valor nutricional e saúde à população.

Pensando nisso, o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) criou no final do ano passado o Centro de Excelência do Arroz. Com o objetivo de captar e difundir conhecimentos sobre o cereal na alimentação, o Centro contribui para a promoção da sustentabilidade da cadeia produtiva do grão e melhoria da qualidade de vida dos cidadãos.

Segundo Edouard Thomé, diretor comercial de uma empresa de alimentação natural paranaense, o empreendimento realiza análise do mercado de macarrão integral, a base de arroz e sem glúten, para começar a venda do produto. Além disso, a empresa estuda entrar no comércio de macarrão instantâneo e o tradicional, todos com farinha de arroz.

A comercialização de macarrão e da farinha de arroz já acontece em supermercados de todo o Estado de Santa Catarina. No RS os dois produtos são encontrados apenas em grandes redes de mercados.

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