Mato Grosso quer que Conab classifique Cirad como longo fino

Representantes de sindicatos negociam reclassificação de arroz Cirad com Conab .

O presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antonio Galvan, e representantes de outros sindicatos rurais de Mato Grosso, se reuniram ontem à tarde, em Brasília, com representantes da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – para tentar mais uma vez reverter à desclassificação do arroz Cirad 141, cultura mais plantada no Estado que foi desclassificada como longo e fino pela Conab na última safra. A desclassificação fez com que o Cirad perdesse valor de mercado e que muitos produtores do Estado mudassem a cultura plantada.

Segundo Galvan a redução de 63% na área plantada do arroz em Mato Grosso está diretamente ligada a esta desclassificação e uma reversão da classificação poder significar uma reação da cultura no Estado.

– Não existe outra cultura que tenha a robustez e que se encaixe nas características do solo, do clima mato-grossense como o Cirad. Muitos produtores tentaram plantar o Primavera (outra cultura de arroz), mas não conseguiram uma produtividade rentável – diz Galvan.

As negociações devem continuar hoje. Os produtores já entraram com ação judicial contra a Conab mas a companhia informou que “não tem competência para fazer a classificação de variedades. Apenas verificamos a classe, pois é um direito do governo saber o que está comprando”, declarou Ovídio Miranda, superintendente regional da Conab.

Segundo ele, para ser classificado como longo fino o arroz precisa atender às exigências da portaria 269/88, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que estabelece os critérios de classificação de produtos de origem vegetal.

Classificação do arroz

Para o arroz ser considerado longo fino, em um universo de amostra fiscalizado, pelo menos 80% dos grãos têm que ter a espessura máxima de 1,90 milímetro (mm). Os técnicos, entretanto, identificaram dimensões de 1,91 a 1,94 mm em uma quantidade superior a 80% no arroz mato-grossense. Boa parte da variedade fiscalizada, portanto, não atendeu às exigências da legislação para ser classificada como longo fino e foi classificado apenas como longo.

– Infelizmente, a variedade deixou de atender às exigências e a Conab nada pode fazer – lamenta Ovídio.

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