Estiagem afeta o plantio de arroz em Santa Catarina
Baixo nível dos rios impede o bombeamento de água, necessário para a semeadura da gramínea.
Rio do Sul/SC – O preparo do solo para a semeadura do arroz irrigado está prejudicado pela prolongada estiagem. O baixo nível dos rios no Alto Vale do Itajaí impede que os produtores façam o bombeamento de água. A solução encontrada pela maioria, no município de Agronômica, que tem a maior produtividade mundial por hectare, foi arar as áreas no seco, enquanto aguardam a chuva para fazer o nivelamento final e em seguida a semeadura. A região é responsável pelo cultivo de 11 mil hectares da área catarinense, com 1,1 mil famílias dependendo exclusivamente da rizicultura.
Com a possibilidade de a estiagem continuar, os produtores estão conscientes da importância de racionalizar o uso da água. Segundo o técnico da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Olímpio de Paula, há cinco meses não chove o suficiente. Como a cultura do arroz requer maior quantidade de água depois da época da semeadura, que na região inicia em setembro, a solução foi reforçar as taipas para armazenar tudo que for possível.
Depois dos baixos preços recebidos na venda da safra 2005/06, os rizicultores estão receosos para fazer o plantio. Temem novos prejuízos caso não chova no momento da germinação das sementes. A recomendação do técnico da Epagri é que evitem desperdiçar a água já armazenada, já que o recalque dos rios não está sendo possível. Em Agronômica mais de 80% dos produtores optaram pela aração do solo a seco. Olímpio disse que ainda é cedo para prever algum tipo de quebra na safra.
Em alguns municípios, a captação de água poderá ser suspensa pelo ministério público para não comprometer o abastecimento. É o caso de Taió. A captação da Casan é feita no rio Taió, cujo nível ontem era de 40 centímetros. Muitos rizicultores com propriedades a montante fazem o bombeamento no mesmo manancial. Em outras regiões do Estado, mesmo com o problema de estiagem, os produtores optaram em fazer a aração do solo com a utilização de água, já que não existe uma legislação que proíba a prática.