Clima prejudica culturas em implantação no Estado

Enquanto os produtores de arroz aguardam chuvas mais abundantes para a plena recuperação das barragens, em especial as localizadas na Fronteira Oeste e Campanha, seguem os trabalhos de preparo das lavouras.

Durante esta última semana de agosto, foram registradas chuvas de fraca intensidade, entre os dias 26 e 27, que cobriram praticamente todas as regiões. Após as chuvas, a entrada de uma nova frente polar fez as temperaturas declinarem, provocando novamente a formação de geadas em pontos isolados do Estado. Desta vez, porém, foram de fraca intensidade e atingiram somente algumas lavouras localizadas nas partes mais baixas.

Enquanto os produtores de arroz aguardam chuvas mais abundantes para a plena recuperação das barragens, em especial as localizadas na Fronteira Oeste e Campanha, seguem os trabalhos de preparo das lavouras, porém, em ritmo mais lento que em anos anteriores, devido à irregularidade do tempo. As primeiras lavouras deverão ser semeadas a partir de fins de setembro, quando se espera que as temperaturas estejam mais altas e possam propiciar uma germinação satisfatória. A comercialização é outro fator que não tem animado muito os produtores, com as cotações bastante defasadas em relação às médias históricas e às vendas, realizadas em ritmo lento.

Durante esta semana, a cotação média da saca de 50 quilos sofreu uma redução de 1,19%, passando para R$ 19,20 contra os R$ 20,14 registrados anteriormente. A oscilação dos preços oferecidos ao produtor ficou entre um mínimo de R$ 19,00 e um máximo de R$ 22,00 dependendo do rendimento de engenho e a praça consultada.

O plantio da nova safra de milho teve sua evolução paralisada, tendo em vista às baixas temperaturas registradas na última semana. Na média dos últimos cinco anos, o Estado deveria estar com 18% das lavouras plantadas. Hoje este índice não deve alcançar os 15%, com os produtores preferindo aguardar temperaturas mais favoráveis para uma boa germinação e desenvolvimento das sementes. A procura por sementes de milho é normal.

A preferência é por variedades de ciclo super precoce e precoce. Entretanto, segundo produtores, o montante disponibilizado por algumas linhas de crédito oficiais, voltadas para o pequeno agricultor a juros mais baixos (Pronaf C), não cobre o custo de implantação de lavouras mais tecnificadas, fazendo com que deixem de adquirir outros insumos como adubos, herbicidas e inseticidas.

Também na soja, a procura por recursos oficiais e reserva de insumos seguem em ritmo lento, sendo que a indefinição quanto à regularização da utilização de sementes transgênicas próprias tem dificultado as negociações junto aos agentes financeiros. A perspectiva de manutenção de preços baixos, devido ao cenário externo, é outro fator que contribui para indefinição com relação à intenção de plantio por parte dos produtores. As primeiras estimativas indicam que a variação não deverá ser grande, comparada com a safra passada, restringindo-se basicamente à área deixada pelo milho.

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