Cenário da lavoura de arroz é de indefinição (RS)

Barragens com baixa reserva hídrica é o maior problema nas regiões da Campanha e Fronteira Oeste gaúchas. A estimativa é de que as barragens estejam com 50% de suas capacidades, mas há expectativa de chuvas para setembro e outubro recuperando ao menos parcialmente estes mananciais.

A dois meses do final da época ideal de plantio da lavoura de arroz, o quadro é de indefinição na região da Campanha e Fronteira Oeste do estado. Nestas duas regiões, tradicionais no plantio da cultura, os reservatórios de água à lavoura se encontram com 50% da sua capacidade. Mesmo assim, os produtores continuam otimistas e esperam chuvas abundantes para os próximos dois meses, com conseqüente normalização dos reservatórios, diz o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros e produtor de arroz em Dom Pedrito, Válter Pötter.

– A previsão é de muita chuva a partir do mês de outubro. Se o final do plantio fosse hoje haveria uma redução muito grande na área, mas apesar da situação se apresentar bastante difícil, ainda não há como prever como ficará.

Segundo ele, a perspectiva é de que as chuvas que não vieram em 2006, caiam nos próximos dois meses.

– No ano passado, choveu 300 milímetros em dois dias, no mês de outubro, o que foi suficiente para repor os reservatórios.

Pötter admite que alguns produtores manifestaram a intenção de não plantar nesta safra, mas disse se tratar de alguns casos isolados. A data limite na região para plantio do arroz é o dia 10 de novembro e segundo ele, a situação ainda pode se modificar nestes dois meses. A irrigação das lavouras, geralmente se dá no final do mês de novembro e início de dezembro.

A Fronteira Oeste plantou, no ano passado, 292 hectares de arroz e colheu mais de 2,2 mil toneladas do produto. Já na Campanha, a área plantada foi de 166 mil hectares e colheita superior a 1,1 mil toneladas do cereal.

OUTRAS REGIÕES

O presidente do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), Maurício Fischer, também aposta em chuvas mais abundantes nos próximos dois meses na Campanha e Fronteira Oeste, onde a situação é mais crítica. Nas demais regiões e, principalmente, na Zona Sul, as chuvas têm ajudado a repor os reservatórios.

– Por enquanto a redução de área no estado deve ficar em torno de 5% e pode ser maior se não chover.

O Instituto realiza levantamento de intenção de plantio em todo o estado.

MERCADO

De acordo com o presidente da Federarroz, os preços praticados hoje pela saca de arroz estão entre R$ 19,00 e R$ 21,00, dependendo da variedade e rendimento industrial, valores ainda abaixo do preço mínimo, que é de R$ 22,00.

Segundo ele, existe ajuste entre oferta e demanda, mas a perspectiva é de reação no preço da saca do produto, que pode ficar entre R$ 23,00 e no máximo R$ 25,00 até o final do ano. Além de menor produção de arroz neste ano, os estoques privados estão sendo consumidos. Os produtores lutam ainda, contra a importação predatória, que ocorre sem exames fitossanitários, contrária à lei estadual.

– Existe uma ação na Justiça, em Itaqui, para o cumprimento de determinação judicial, e a multa ao governo é de 50 salários mínimos por dia.

EXPORTAÇÕES

O preço baixo do arroz brasileiro torna o produto mais competitivo no mercado internacional. A diferença para o produto tailandês e americano é de 100 dólares a tonelada do arroz beneficiado. Enquanto o produto brasileiro é vendido a 270 dólares a tonelada, os tailandês e americano estão cotados em 370 dólares. No primeiro semestre do ano comercial (março a agosto), o país exportou mais de 280 mil toneladas do produto. A expectativa é de fechar o ano com uma exportação de 400 mil toneladas.

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