Se não falta água, falta energia para a irrigação
A possibilidade de realizar as obras em condominio foi uma das soluções levantadas pelos produtores como forma de ratear os custos de infraestrutura.
Alem de esperar pela água, o produtor irrigante da fronteira-oeste do Rio Grande do Sul vem se deparando com outro grave problema: a falta de energia necessária para a irrigação das lavouras, leia-se, falta de redes de distribuição da energia disponível que chegue até aos levantes das lavouras de arroz.
Uma nova audiência entre a Associação dos Arrozeiros,a AES Sul e a promotoria pública de Alegrete que instaurou inquérito civil, foi realizada no dia 13, quarta-feira, em Alegrete, para tentar conciliar a demanda de energia dos produtores e o precário serviço de fornecimento que vem causando grandes prejuízos à atividade orizícola.
Os representantes da empresa buscaram esclarecer as deficiências do serviço, bem como o porquê das exigências de investimentos que fazem ao consumidor irrigante, alegando que AES Sul não tem previsão para ampliação da rede de distribuição de energia antes do ano de 2010, já que os investimentos para o setor são calculados com base na demanda nacional, hoje em torno de 4%, não levando em consideração a demanda localizada de 20% nesta região produtora de arroz que abastece 56% do mercado nacional.
A promotora Alessandra Moura ouviu as partes, mediando a situação conflitante, e tenta ainda uma solução negociada para o impasse entre a demanda e as atuais condições de atendimento pela AES Sul.
Na manhã de quinta-feira (14), outro encontro reuniu os diretores da Associação dos Arrozeiros de Alegrete , representantes da empresa e produtores, quando foram discutidos casos pontuais de irrigantes que tiveram solicitaçoes de cargas negadas, condicionadas a investimentos na rede de distribuição.
Em um dos casos, o valor de desembolso chega a 1 milhão de reais. A possibilidade de realizar as obras em condominio foi uma das soluções levantadas pelos produtores como forma de ratear os custos de infra estrutura, embora cientes de que a responsabilidade deveria ser da empresa prestadora do serviço.
Em outubro, a AES SUl e a Associação dos Arrozeiros de Alegrete promoverão uma palestra sobre o Programa de Eficientização Energética desenvolvido pela empresa, oportunidade em que será possível debater novas possibilidades de acordos e obter esclarecimentos sobre os procedimentos da multinacional.