Arroz é a melhor opção entre culturas anuais em Mato Grosso

Em Mato Grosso, indústria estuda financiar o grão, além de lançar selo de qualidade.

O arroz pode ser uma opção para o cultivo da safra de verão em Mato Grosso. Consultores acreditam que as cotações do grão estarão firmes no ano que vem, devido à oferta e demandas ajustadas. Com isso, parte da redução da área plantada com soja será ocupada pelo cereal. A previsão é que o arroz ocupe até 30% mais terras que na safra anterior, recuperando as áreas descartadas em 2005, quando os preços estiveram deprimidos.

– O preço está estimulando o aumento da área – diz o produtor Antônio Galvan, de Sinop (MT). Hoje o arroz primavera é comercializado a R$ 25,50.

Para 2007, a previsão é de rentabilidade de até 9%. Com medo de novas superproduções – sempre que os preços estão altos, na safra seguinte há excesso de arroz – as indústrias locais estão fazendo o chamado “arranjo produtivo”, ou seja, investindo na qualidade e no ordenamento da safra.

– Hoje compramos da mão para a boca. Mas em dois a três anos podemos estabelecer parcerias para fomentar os produtores – diz Marco Antônio Lorga, presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias da Alimentação no Estado de Mato Grosso (Siamt).

A união do setor é vista pelo presidente da Associação dos Produtores de Arroz (APA), Angelo Maronezzi, como a saída para a instabilidade de produção.

– Infelizmente a indústria não financia – afirma Maronezzi.

Segundo ele, é preciso regular a oferta porque o parque industrial não comporta uma superprodução. Hoje, de acordo com o Siamt, existem 65 indústrias no estado, com capacidade instalada de 1,2 milhão de toneladas.

O presidente do Siamt diz que a meta, para a próxima colheita, é atestar a qualidade do grão – um selo será lançado no início de 2007. Essa é uma das novas exigências a serem incluídas no programa de benefício fiscal que, nos anos 90, atraiu indústrias do Sul.

– A vinda destas empresas ajudou a melhorar a qualidade – diz Avibar Rigweiro Costa, gerente de Departamento de Grãos da Tio Urbano.

Segundo Lorga, para a safra 2007/08 serão lançadas nove novas cultivares de arroz, ampliando o leque de variedades tipo longo fino – que competem com o “agulhinha” do Sul do País.

– A melhoria na qualidade vai dar maior competitividade à nossa indústria – diz.

Analistas de mercado não acreditam em um futuro financiamento das indústrias de arroz aos agricultores.

– Se o modelo está esgotado na soja, imagina no arroz – diz Carlos Cogo, da Cogo Consultoria Agroeconômica.

Tiago Barata, da Safras & Mercado, também não espera que o modelo vingue, pois no Sul, onde as indústrias são mais desenvolvidas, não existe um modelo assim.

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