Produtores de arroz esperam colher 7 mil t na bacia do Orós

De acordo com a estimativa dos próprios agricultores deverão ser colhidas, numa área de mil hectares, sete mil toneladas do produto até a primeira quinzena de dezembro próximo.

Os produtores de arroz irrigado na bacia do Açude Orós, em terras do Município de Iguatu, vivem a expectativa de colheita da safra de verão. De acordo com a estimativa dos próprios agricultores deverão ser colhidas, numa área de mil hectares, sete mil toneladas do produto até a primeira quinzena de dezembro próximo.

Será uma das maiores produções da década. Bem superior a do ano passado, quando, praticamente, não houve colheita, em decorrência da falta de chuvas e da desvalorização do preço do produto, o que desmotivou o cultivo.

O trabalho no campo deve começar a partir do dia 10, quando o arroz estará amadurecido e no ponto de corte. A colheita será feita com o uso de máquinas, reduzindo o tempo de serviço e o custo de mão-de-obra.

Os produtores comemoram a safra recorde e o preço do produto, que hoje varia entre R$ 33,00 e R$ 34,00 a saca de 60 quilos. Nesse mesmo período, em 2005, a saca custava apenas R$ 18,00.

O plantio de arroz na bacia do Açude Orós corria o risco de perda em torno de 70%, segundo avaliação dos produtores rurais.

– Havia dificuldades de irrigação e muitos agricultores estavam desistindo da plantação – disse Francisco José Braz, que cultivou, neste ano, 10 hectares.

– Em algumas partes o cultivo já estava secando.

A irrigação do arroz é feita a partir da água do Açude Orós. À medida que vai baixando, deixa terras férteis descobertas. Esse quadro ocorre no segundo semestre, período de estiagem e propício para o cultivo irrigado, já que não há risco de inundação. Amplas extensões de várzeas são cobertas de arroz, cujo plantio se espalha a perder de vista.

Ocorre que neste ano, a água ficou muito distante das áreas de cultivo e havia necessidade de que fossem feitos até três bombeamentos para a irrigação da lavoura. Esse trabalho, os agricultores chamam de tombo, isto é, a transferência da água das áreas baixas para as mais altas por meio de canais de terra com o uso de moto-bombas.

Em face do elevado custo de produção e da dificuldade de bombeamento da água, a Prefeitura de Iguatu, em parceria com o Governo do Estado, realizou em agosto passado o serviço de escavação de um canal de terra de seis quilômetros de extensão. Foi utilizada uma máquina retroescavadeira.

– Foi a nossa salvação. Aqui todo mundo está animado e comemorando a safra – disse o produtor Braz.

Na área, trabalham cerca de 2.500 produtores. O canal escavado este ano terá durabilidade de pelo menos dez anos, pois no período de cheia da barragem, fica encoberto. A bacia do Açude Orós é uma das maiores produtoras de arroz irrigado do Ceará, mas a safra anual depende do nível das águas.

Os produtores estão esperançosos para iniciar a colheita. Por enquanto, fazem o trabalho de vigilância do plantio para impedir que pássaros comam parte da semente. São milhares de aves. É necessário por todo o dia, das 5 horas da manhã até o pôr-do-sol, a presença de trabalhadores no campo, gritando, soltando fogos e batendo em latas. O importante é fazer barulho para espantar os passarinhos.

Não há mais necessidade de irrigação, apenas a espera para que a lavoura atinja o ponto ideal de amadurecimento e colheita.

– Se Deus quiser, será uma das maiores safras – disse o produtor, José Almir Ferreira, que prosseguiu:

– Isso só está acontecendo graças ao canal que foi feito pela Prefeitura e pelo Governo.

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