Arrozeiro propõe economia de água
Irga e Federarroz pretendem ajustar manejo de forma a reduzir captação dos rios dos Sinos e Gravataí. Proposta foi apresentada em audiência da Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa.
O Instituto Riograndense do Arroz (Irga) e a Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz) pretendem reconverter a plantação de arroz pré-germinado das lavouras próximas aos rios dos Sinos e Gravataí dentro de cinco anos. A proposta visa, gradualmente, alterar o manejo para o plantio direto, semidireto ou cultivo mínimo, que demandam menos quantidade de água e diminuem o risco de poluição ambiental.
Segundo o Irga, a mudança seria implementada por meio da reeducação dos agricultores da região, que têm 80% dos 5.146 hectares sob o sistema pré-germinado. O presidente do instituto, Maurício Fischer, explica que também é necessária a utilização de cultivares mais precoces e de um sistema de reaproveitamento, bem como a recuperação da mata ciliar da região e o armazenamento de água, proibido atualmente pela legislação ambiental.
– Vamos fazer de tudo para que essas sugestões sejam implementadas o mais breve possível. Senão, continuaremos vivendo o mesmo problema – avalia.
O presidente da Federarroz, Valter José Pötter, diz que o plano também prevê um manejo emergencial para esta safra. Ele explica que já podem ser aplicadas técnicas para minimizar o impacto da lavoura, como a decantação da água usada para irrigação, resultando no depósito da matéria orgânica e evitando seu lançamento no rio. Ele também se refere à utilização de uma lâmina mais fina de água.
– Queremos que seja usada menor quantidade de água por hectare – aponta.
As sugestões foram apresentadas ontem, durante a audiência pública, promovida pela Comissão de Agricultura da Assembléia Legislativa, na Capital. A secretária executiva do Comitê da Bacia Hidrográfica do Sinos, Viviane Nabinger, disse que o uso por parte da lavoura orizícola tem o menor impacto sobre os rios da região dentre as atividades que utilizam as águas. Para o presidente da Comissão de Agricultura, Elvino Bohn Gass, é necessário exigir plano de saneamento dos municípios envolvidos, que despejam o esgoto nos rios.
Com a elevação do nível dos rios, a Farsul orienta os produtores que têm licença ambiental e outorga para uso da água a manterem a captação conforme determinação da Sema e Fepam.