Área de arroz em Minas Gerais cairá 7%

Produtores estão desmotivados com a falta de política de preços mínimos
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Nenhum outro cereal é tão presente na mesa dos brasileiros quanto o arroz. No entanto, o principal item da cesta básica está cada vez mais escasso em terras nacionais. Por razões econômicas e políticas, no ano passado houve desestímulo aos produtores e, para a próxima safra, a primeira estimativa é 7% de queda em relação à safra anterior.

A área plantada no Brasil deverá cair em 4%, conforme divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na semana passada e, em Minas, a redução será ainda maior, de 7%. O Triângulo Mineiro, que já teve tradição no cultivo de arroz – na época da abertura do cerrado -, ocupa hoje a quinta posição entre as regiões mineiras, com 6,3% da produção.

De acordo com o técnico regional da Emater, em Uberlândia, José Roberto Silva, não há perspectivas de aumento do plantio desta cultura na região. Segundo ele, a maioria das lavouras que ainda “sobrevive” é de subsistência.

Os obstáculos para os produtores são a possibilidade de estiagem – o chamado veranico, ao qual a cultura não resiste – e as opções mais lucrativas, como a soja e a exploração do leite e, agora, a chegada da cana-de-açúcar.

O sul de Minas e o Vale do Rio Doce respondem juntos por 40% da quantidade de grãos colhidos no Estado. Porém, a chance de o arroz que as donas de casa colocam nas panelas ser produzido em Minas é apenas de 22%.

O presidente do Sindicato das Indústrias de Arroz do Estado de Minas Gerais, Jorge Tadeu Araújo Meireles, disse que cerca de 78% do grão têm como origem o Rio Grande do Sul (RS) e o Mato Grosso (MT), que são, respectivamente, o primeiro e o segundo maior produtor nacional, e ainda os países do Mercosul, com destaque para a Argentina.

O Rio Grande do Sul é responsável por mais da metade da produção nacional ? são 6 milhões de toneladas por ano -, mas o Estado também enfrenta problemas. O decréscimo estimado para a produção de 2007 é de 17% e a área plantada deverá ser reduzida em 12,7%.

Apesar de haver consenso sobre a queda na produção de arroz, os números são divergentes. Segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a redução no País deverá ser de até 2,5%, com uma colheita estimada entre 11,2 milhões e 11,5 milhões de toneladas.

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