Produção mais limpa aumenta a produtividade da lavoura de arroz
A Instituição está orientando os produtores sobre a produção mais limpa, com o uso de tecnologias que preservem o meio ambiente e contribuem para o aumento dos rendimentos
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A produtividade da lavoura de arroz e a preservação ambiental vêm sendo trabalhadas como prioritárias pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). A Instituição está orientando os produtores sobre a produção mais limpa, com o uso de tecnologias que preservem o meio ambiente e contribuem para o aumento dos rendimentos.
Conforme a pesquisadora do Irga Vera Macedo, as principais ações da Autarquia são voltadas para o estabelecimento de tecnologias mais limpas no processo de produção de arroz no Estado. Dentre as atuações estão o desenvolvimento de cultivares produtivas e com tolerância a doenças, o uso racional da água, redução do consumo de energia e da contaminação dos mananciais hídricos. Ela explica que com o uso da tecnologia é viável aumentar a produtividade e tornar a lavoura eficiente no uso dos recursos naturais.
Macedo elucida que hoje, com o conjunto de práticas de manejo da água, do solo e das plantas recomendadas pelo Irga, os arrozeiros conseguem produzir de 8 a 10 mil quilos por hectare com 8 mil metros cúbicos de água. Nas décadas de 70 e 80 se produzia, em média, 4 mil quilos por hectare, com 15 mil metros cúbicos.
– Estas práticas são simples e não consistem em nada que o produtor de arroz não possa fazer – afirma.
O arrozeiro deve ter consciência que usando a tecnologia está auxiliando na preservação ambiental.
Cerca de 50% do volume de 8 mil metros cúbicos é proveniente da chuva e, dependendo do ano, a contribuição pelas precipitações chega a 70%, como ocorreu nesta safra agrícola, durante a medição do volume de água usada numa área de lavoura no município de Camaquã. A equipe de pesquisadores do Instituto desenvolve trabalhos que mostram que, se o manejo é adequado, a água sai da lavoura e retorna aos mananciais com menor concentração de íons.
Outro aspecto ambiental da lavoura de arroz está relacionado ao aquecimento global. O Irga conduz, desde a safra 2002/03, em parceria com a Faculdade de Agronomia da UFRGS e Embrapa Meio Ambiente, um estudo, na Estação Experimental, em Cachoeirinha, para quantificar as emissões do gás metano. Este elemento absorve radiação e é um dos componentes do efeito estufa. As áreas de várzeas podem gerar o metano.
– Realizar o manejo da cultura com menor produção deste gás é uma das metas do Irga – diz Macedo.
Os resultados desse trabalho mostram que o sistema de cultivo mínimo (onde há menor mobilização do solo e a cobertura vegetal é dessecada antes da semeadura) emite uma quantidade menor de metano que o sistema de cultivo convencional.
O Irga continua buscando tecnologias para a produção mais limpa, com manejo racional da lavoura de arroz, tornando a atividade viável economicamente – finaliza.