Estado colhe a maior safra desde 2003
levantamento feito pela Secretaria Estadual da Fazenda, com base na projeção de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta para esse ano crescimento de 3,5% da agropecuária gaúcha.
Pela primeira vez desde 2003, o Rio Grande do Sul vai colher uma safra de grãos em volume suficiente para iniciar o processo de recuperação econômica dos produtores com reflexos diretos nas finanças do Estado. Um levantamento feito pela Secretaria Estadual da Fazenda, com base na projeção de safra do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) projeta para esse ano crescimento de 3,5% da agropecuária gaúcha. Milho e soja são os principais protagonistas desse cenário favorável ao Estado.
De acordo com os dados do IBGE para o Rio Grande do Sul, o maior incremento foi constatado na lavoura de milho, de 15,5%, embora a área plantada tenha decrescido em 4%, passando de 4.530.562 toneladas para 5.234.551 toneladas. Outra cultura de verão, a soja, será responsável pela ampliação da colheita de grãos no Estado. A oleaginosa deve resultar numa produção de 8.425,583 toneladas, ante as 7.559.288, ampliação de 11,5%.
Entre os cereais de inverno, o trigo é o que apresenta o melhor desempenho. Segundo o IBGE, a triticultura deve apresentar produção 39% superior ao ano passado, alcançando 1.135.472 toneladas. O milho apresenta também um significativo salto no rendimento, estimado em 20% pela equipe de campo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, seguido pela soja, com produtividade média superior em 11,3%.
Somando as culturas temporárias de verão (amendoim, arroz irrigado, batata-doce, batata-inglesa, cebola, feijão, fumo, girassol, melancia, milho, soja, sorgo e tomate), temporárias de longa duração (abacaxi, mandioca e mamona) e permanentes (banana, erva-mate, laranja, maçã, pêssego, bergamota e uva) a produção gaúcha deverá alcançar um crescimento de 4,3% em relação ao volume da safra anterior.Em números absolutos, o incremento adicional é projetado em 828,2 mil toneladas, segundo informou Luís Eduardo Azevedo Puchalski, analista agrícola do IBGE.
Se os números se confirmarem, será a segunda maior safra da história do Rio Grande do Sul, inferior apenas à obtida em 2003, quando o agronegócio em todo o País comemorava um cenário de preços elevados das commodities, valorização cambial e clima favorável. As cinco principais lavouras temporárias do Estado (feijão, trigo, arroz, soja e milho) juntas serão responsáveis por 21 milhões de toneladas, que, em volume, devem representar uma ampliação de 6,2% em relação a 2006.
– Em quantidade, significa 1.250 milhão de toneladas a mais injetadas na economia gaúcha – salienta Maria Domingues Benetti, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE), responsável pelo estudo.
Ela confima que, se consideradas as cinco últimas safras desde 2002, a que se anuncia em 2007 só perde para a colheita de 2003, quando o Estado produziu mais de 22 milhões de toneladas.
– O resultado de 2007 será excelente, principalmente se for comparado à safra 2005, quando a produção gaúcha foi de apenas 11.500 milhões de toneladas, uma diferença positiva de mais de 8 milhões de toneladas.
O clima, na avaliação da economista da FEE, foi determinante para o sucesso da agricultura do Estado neste ano, se comparado com 2004, ano em que o Rio Grande do Sul registrou a maior área plantada da história, de 7.610.802 hectares. Naquele ano o Produto Interno Bruto (PIB) sofreu uma redução de 5,2% em função do mau desempenho do campo.
Porém a área da safra 2007 caiu para 6.989.092, o que confirma a decisiva contribuição do fator clima para o sucesso da agropecuária neste ano. Ou seja, não foi a tecnificação do produtor a responsável pelo desempenho do setor.
– Em apenas um ano não há como fazer grandes aportes de tecnologia na propriedade, principalmente em função do histórico de endividamento provocado por sucessivas frustrações de safra – explica.