Mercado com grande expectativa para o leilão de contratos de opção da Conab
A expectativa se justifica porque o mecanismo vem sustentando uma recuperação nas cotações do produto, em plena safra. A recuperação, no entanto, ainda não alcançou o patamar mínimo esperado.
É grande a expectativa do mercado de arroz para o terceiro leilão de contratos de opção, que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizará nesta terça-feira. Serão ofertadas 90 mil toneladas de arroz para o Rio Grande do Sul em 3,3 mil contratos. A expectativa se justifica porque o mecanismo vem sustentando uma recuperação nas cotações do produto, em plena safra. A recuperação, no entanto, ainda não alcançou o patamar mínimo esperado.
Atualmente, na maioria das regiões gaúchas, a saca de 50 quilos do arroz em casca é comercializada por R$ 20,50. Um leilão sem ágio ou com ágio em percentual baixo, pode representar um salto, já na quinta-feira, para um referencial acima dos R$ 21,00 ou próximo dos R$ 22,00 do preço mínimo do governo federal. Ainda nesta terça-feira a Conab deve anunciar um novo leilão de 50 mil toneladas para a próxima semana.
Nesta segunda-feira, o Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) encaminharam um documento ao Ministério da Agricultura solicitando a continuidade da programação dos leilões e a liberação de mais recursos para este mecanismo. Conforme o documento, os leilões de contratos de opção estão respaldando a recuperação de preços do arroz, mas estes ainda não alcançaram o patamar mínimo de R$ 22,00, estipulado pelo governo federal.
– Espera-se que o governo federal mantenha este mecanismo, que está sendo positivo para o mercado, ao menos até que seja ultrapassada a barreira do preço mínimo, que é estabelecido em lei e uma obrigação do Estado garantir – frisou o presidente da Federarroz Valter José Pötter. Lembrou do compromisso do ministro da Agricultura, Luís Carlos Guedes Pinto, com a liberação de mais recursos se fosse necessário para a comercialização do arroz a preços justos.
Na 17ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, no início de março, em São Gabriel (RS), Guedes Pinto lembrou que o arroz é uma das poucas culturas que ainda não alcançou recuperação satisfatória nos preços dentro do agronegócio nacional, e que mereceria especial atenção do governo federal.
Para o diretor comercial do Irga Rubens Silveira, as entidades do setor estão trabalhando para que não haja ágio no leilão de amanhã.
– O primeiro pregão teve ágio de R$ 0,87 por saca e o segundo, R$ 0,27 – lembrou.
Silveira ressalta que as verbas liberadas pelo governo federal são suficientes para dar garantia de comercialização ao mercado arrozeiro e que o produtor deve ter consciência de que existem mais recursos, como para AGF, EGF, CPR e Pré-Comercialização. Nesta segunda-feira, as corretoras consideravam “morno” o nível de interesse dos produtores pelo leilão, ou seja, com baixa procura.
Com informações do Irga.