Arroz com feijão: combinação ajuda a reduzir riscos de câncer oral

Os pesquisadores atribuem o risco maior da doença não aos alimentos, mas a falta de variedade na dieta e a carência de determinados nutrientes, presentes no arroz e feijão.

O arroz com feijão é o prato preferido e o mais tradicional da culinária brasileira. A união destes dois produtos pode ser encontrada em grande parte dos pratos regionais típicos, como risotto, arroz à grega e arroz carreteiro. Conforme o pesquisador do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) Gilberto Amato, trata-se de uma combinação com ação complementar de um sobre o outro, unindo o “côncavo ao convexo”, ou, em linguagem mais científica, uma mistura com ação sinérgica.

O aminoácido do qual o feijão é deficiente é a metionina, sendo o arroz carente em lisina.

– Aí se dá a interação entre o ‘côncavo e o convexo’, antes sugerido: a sobra de um complementa a carência do outro – frisa. A ingestão dos dois, simultaneamente, produz uma ação de proteína superior a soma dos dois se ingeridos separadamente.

Esta fundamentação é cientificamente comprovada através de experimento em biotério, onde é estudado o ganho relativo de peso, com diversas composições dos alimentos em esboço. Usam-se tantos roedores quanto mamíferos. Mesmo não sendo permitido, pela ética, as experiências com humanos, pode-se constatar a ação do arroz com feijão em estratos populacionais de brasileiros e mexicanos, entre outros, onde a dupla constitui-se em hábito alimentar clássico.

– O ‘arroz com feijão nosso de cada dia’ pode não ser o alimento mais charmoso do mundo, mas inegável é o seu sabor não-enjoativo, capaz de fazer parte da dieta de milhões de cidadãos diariamente – explica Amato.

Em um estudo publicado neste mês na revista Cadernos de Saúde Pública, da Fundação Oswaldo Cruz, pesquisadores ilustram que a combinação arroz e feijão pode reduzir o risco de câncer oral. Este tipo de câncer é o sétimo mais comum no Brasil. Os dois produtos oferecem um bom ajuste de proteína, fibra e açúcar. Não têm colesterol, e apresentam baixo teor de gorduras saturadas.

Os pesquisadores atribuem o risco maior da doença não aos alimentos, mas a falta de variedade na dieta e a carência de determinados nutrientes, presentes no arroz e feijão. Outro estudo científico de biomédicos da Universidade de Leicester revelou, pela primeira vez, que o farelo de arroz poderia reduzir o risco de câncer intestinal.

A investigação do departamento de estudos sobre o Câncer e Medicina Molecular da Universidade não está provado em seres humanos, porém a verificação em laboratórios tem produzido resultados promissores. O estudo foi publicado no “British Journal of Cancer”.

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