Conab anuncia novo leilão de contrato de opção de venda
No Litoral Norte e médio Vale do Itajaí, mais de 90% da safra normal já foi colhida, esperando-se para final do mês de maio o término da colheita, já incluindo a colheita da soca.
O quarto leilão de opções de venda da Companhia Nacional de Abastecimento -Conab -, realizado na última terça-feira, dia 27, comercializou todos os 3.300 contratos. O preço da saca de arroz, com vencimento em setembro, ficou em R$ 24,78, aquém do valor de abertura, que foi de R$ 25,50. O pregão eletrônico teve um ágio de R$ 0,41, acrescido de R$ 0,31 de despesas. Em valores atuais, com taxas de juros de 1,5% ao mês, a cotação do produto ficaria em R$ 22,60.
O resultado do leilão deixou os produtores preocupados, pois a expectativa era de ágio reduzido, porém um novo leilão anunciado pela Conab, por interferência das entidades representativas do setor produtivo, que estão lutando por mais recursos financeiros para a comercialização de arroz, tranqüilizou os produtores.
A Conab confirmou o quinto leilão de contrato de opção de vendas de arroz em casca para o dia 10 de abril. Este leilão irá ofertar 3.330 contratos para o estado do Rio Grande do Sul e 100 contratos para Santa Catarina.
A decisão foi tomada nesta quarta-feira, dia 28, após reunião na Secretaria de
Política Agrícola, com representantes da Federação dos arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e do Instituto Riograndense do Arroz (Irga).
No encontro, o setor produtivo pleiteou a continuidade das operações, as quais considera importantes para a sustentação dos preços recebidos pelos produtores.
O leilão terá o mesmo valor de abertura do anterior, R$ 25,50 por saca de 50kg, para o exercício em setembro deste ano. Também ficou acertado que os titulares dos contratos das três primeiras operações poderão antecipar o exercício da opção de venda para maio. Nesse caso, o pagamento ocorrerá em junho.
Nos leilões de contratos de opção de venda, o produtor compra o direito de vender seu produto ao governo federal, em uma data futura, e a um preço pré-estabelecido. O pregão eletrônico que aconteceu na última semana, por exemplo, teve a saca comercializada a R$ 24,35, com vencimento em agosto. Neste caso, o produtor que quiser antecipar o recebimento do dinheiro poderá fazê-lo para o mês de junho.
Como se vê, os resultados da disposição das entidades em interceder junto ao governo federal para a dinamização do mercado do arroz e em conseqüência a viabilização da rizicultura nacional, têm sido bastante positivos.
Outra reivindicação dos produtores e que foi discutida em Brasília foi a agilização dos Empréstimos do Governo Federal (EGF) junto ao Banco do Brasil. O que se pede é mais flexibilidade na análise de crédito dos arrozeiros, pois, segundo as entidades os produtores, eles estão com dificuldades em conseguir os empréstimos.
Os representantes do setor arrozeiro solicitaram ainda o credenciamento de armazéns de pessoas físicas, no que a Conab reagiu favoravelmente.
Estas questões contribuem para o mercado continuar comprador, e os preços manterem um comportamento firme.
As lavouras de arroz em Santa Catarina estão em fase adiantada de colheita, com exceção do sul do estado, especialmente no extremo sul, onde o excesso de chuvas tem prejudicado o andamento dos trabalhos. Nesta região, os municípios de Jacinto Machado, Praia Grande e São João do Sul, tiveram 80% da área de arroz atingida pela enchente do início do mês de março, com previsão de perda de cerca de 50% das 90 mil toneladas que seriam produzidas.
Cerca de 30% da área da região já foi colhida, e a produtividade média, apesar das adversidades, está entre 6.500 e 7.000kg/ha.
Na região do Alto Vale do Itajaí, mais de 60% das lavouras já foram colhidas, e a produtividade tem sido o ponto alto da atual safra. Em média, os produtores estão obtendo 8.700 quilos por hectare. No Litoral Norte e médio Vale do Itajaí, mais de 90% da safra normal já foi colhida, esperando-se para final do mês de maio o término da colheita, já incluindo a colheita da soca.