Pouco interesse por subsídio para o arroz
Brasil realiza esforço para exportar e manter seu espaço no mercado internacional.
Se depender do subsídio do governo, o Brasil não vai exportar as 400 mil toneladas de arroz comercializadas com o exterior no ano passado. O primeiro leilão de Prêmio para Escoamento da Produção (PEP) teve resultado aquém do esperado. As indústrias não entraram no remate porque consideraram o prêmio baixo. O subsídio ofertado foi de R$ 4,50 por saca (50 quilos) – a indústria queria R$ 6 por saca.
O prêmio era destinado a 80 mil toneladas de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Do total, o interesse das indústrias foi para apenas 30 mil toneladas. A maior saída ocorreu em Santa Catarina – 75% da oferta – enquanto no Rio Grande do Sul, maior produtor e exportador do cereal, apenas 32% do subsídio foi arrematado.
– O resultado já era esperado, pois a indústria estava insatisfeita com o prêmio – diz Tiago Barata, analista da Safras & Mercado.
O diretor de Comercialização e Abastecimento Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, José Maria dos Anjos, diz que o governo pode estudar um novo prêmio. Em princípio, na próxima semana, ocorre leilão de contrato de opção – destinado ao produtor – e na seguinte, novo remate de PEP, na mesma quantidade.
Barata explica que apesar do pouco interesse, o resultado não repercute negativamente sobre o mercado.
– O escoamento previsto a partir deste leilão já é mais que o dobro do exportado em março – diz o analista.
No mês de março foram comercializadas com o exterior 11 mil toneladas e no acumulado do ano, 57 mil toneladas.
– O objetivo do leilão era abrir novos mercados para as exportações e atrair outras indústrias que ainda não estavam exportando – afirma o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Rubens Silveira.
Ele explica que o estado, normalmente, exporta arroz quebrado e que o pregão poderia consolidar a saída de arroz beneficiado, polido e esbramado. O leilão de PEP previa o escoamento de arroz beneficiado (branco polido, esbramado ou parboilizado), para qualquer localidade, exceto as regiões Nordeste, Sul, Sudeste e Centro-Oeste e os estados de Tocantins e Rondônia, além dos países do Mercosul e o Suriname.