Rizicultura recupera nível de produção perdido há três anos em Roraima

Próximos de alcançar a área cultivada em 2004, os produtores dizem que apesar dos bons resultados ainda não sobrou dinheiro para investir em equipamentos novos.

Após três anos de dificuldades pela conjuntura desfavorável, pode-se dizer que este ano a rizicultura roraimense teve uma recuperação extraordinária. Próximos de alcançar a área cultivada em 2004, os produtores dizem que apesar dos bons resultados ainda não sobrou dinheiro para investir em equipamentos novos.

Satisfeitos com a colheita de 2,5 milhões de sacos esperam que na próxima safra – que iniciará em agosto – a área, a produção e os resultados financeiros sejam ainda maiores. A motivação se dá porque os preços razoáveis permitem a recapitalização, oportunizando a aquisição de insumos com recursos próprios.

Conforme o presidente da Associação dos Arrozeiros, Paulo César Quartiero, a partir da próxima safra o setor estará pronto a suprir os anseios de desenvolvimento beneficiando a população.

– Chegamos perto dos 20 mil hectares. Na próxima safra chegaremos lá e quem sabe até aumentar alguma coisa – comentou.

A expectativa é que o aumento da produtividade propicie renda melhor aos agricultores. O empresário do setor agrícola lembra que nos três últimos anos usou crédito bancário, que implica na redução dos lucros por causa dos juros. Argumenta que trabalhando com capital próprio o produtor ganha mais e pode aplicar em tecnologia para melhorar a produtividade.

O empresário afirmou que a rizicultura roraimense é social. Emprega mão-de-obra intensiva, distribui os subprodutos aqui, ajudando a desenvolver a avicultura, a pecuária e a piscicultura. Ademais, donos de estabelecimentos do comércio de alimentos têm arroz regional a preço acessível tirando daí parte da receita e gerando impostos. A verticalização da produção se incumbe de compensar o alto custo de produção. Quem planta industrializa agregando valores e a atividade se torna viável.

– Nesses 20 mil hectares produziremos 2,5 milhões de sacos, que equivalem a 125 mil toneladas de arroz em casca, algo em torno de 2,5 milhões de fardos de 30 quilos de arroz beneficiado ou 75 milhões de quilos de arroz. Desse total, 20 milhões de quilos ficam em Roraima e o restante exportado para outros mercados, especialmente o de Manaus. Nós geramos impostos de duas formas: na venda do produto e através dos insumos que adquirimos – declarou Quartiero.

De acordo com ele, se o arroz fosse vendido em casca seria difícil viabilizar a atividade. Aberto, sem esconder os resultados do trabalho, diz que a receita bruta do ano passado foi de R$ 90 milhões e em 2008 deve chegar aos R$ 100 milhões, que entende ser um valor expressivo para o Estado. Acredita que todo o setor gere em torno de R$ 1 milhão de impostos/mês ou R$ 12 milhões por ano.

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